Esta é normalmente pouco conhecida: tirando alguns filmes de aventuras dos anos 60 e referências em Corto Maltese, o papel colonial alemão é esquecido dado as colónias terem sido perdidas em 1914-18; de uma forma resumida tentarei apresentar alguns pontos.
Em meados do séc. XIX as principais potências em Africa continuavam a ser as tradicionais: Portugal, Reino Unido, França. A Libéria e o Egipto eram os únicos países independentes (este cada vez menos); nações como a Espanha e a Bélgica iam aos poucos talhando o seu império, quando na segunda metade do século, a recém-formada Alemanha decidiu tentar a sorte.
Em 1884 foi fundada a sociedade da Africa oriental por particulares. Foram organizadas diversas expedições na costa de Zanzibar resultando numa colónia com vários entrepostos. Apesar de serem feitos alguns acordos com tribos locais, os mercadores muçulmanos de escravos fizeram os possíveis para lançar os indígenas contra os recém-chegados.
Nesse mesmo ano (uns meses depois do começo da aventura), dá-se a conferência de Berlim que pretende regularizar as partilhas do território africano: como consequências importantes temos o conceito de que nenhum país pode estabelecer entrepostos onde outro país já existe, e a não legitimação automática do direito de expansão para o interior a partir de colónias litorais (este ponto seria importante no caso português quando se deu a questão do mapa cor-de-rosa).
Se Bismarck não era à partida muito favorável a uma expansão de territórios (dispersava-se os recursos e corria-se o risco de entrar em conflito com outros países), a pressão de alguns meios levou-o a mudar de posição (é de notar a forte emigração para os E.U.A. e Brasil nesse período superior a um milhão de pessoas).
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