Durante os próximos meses vou abordar unicamente dois temas, porque creio que são merecedores de tal. O primeiro será a cidade de Veneza, e o segundo um pequeno jogo musical. Veneza verá abordada a sua história, cultura, mas também a imagem que deixou no imaginário ocidental. O jogo musical consistirá na escolha de 10 obras musicais que considero importantes do milénio; explicarei como vai decorrer assim que começar. E hoje começo com Veneza.
A paisagem de Veneza é singular: a cidade parece emergir da água e se lhe acrescentarmos a bruma que paira mesmo em dias de sol, obtemos uma atmosfera verdadeiramente original. Escritores, pintores e cineastas celebraram a sua beleza, e os panfletos turísticos mantém a fama de cidade requintada juntamente com o seu Carnaval. Mas tudo isso tem uma origem material, e é isso que iremos tentar ver.
O local, embora belo, é muito pouco convidativo para a vida humana, sem os meios modernos tecnológicos: pântanos, pouca variedade de recursos (sal, peixe), longe de todos os centros urbanos que interessam; é fácil ver as vantagens que a cidade poderia ter um dia para beneficiar (mas locais assim existem muitos), mas na realidade foi o esforço dos seus habitantes que a tirou do anonimato. Os primitivos habitantes da zona chamavam-se venetos (e deram origem o nome ao Veneto). Esse nome, curiosamente é bastante comum nos indo-europeus: existiu um grupo celta, outro germano e outro eslavo (li uma explicação perfeitamente plausível mas que é só uma hipótese). Ocupados por Roma, foram perfeitamente romanizados, e viram Aquileia tornar-se a cidade mais importante da região no baixo-império (para quem viu o filme “A mulher falcão”, era a cidade do Bispo- termo errado, pois a cidade era sede de patriarcado).
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