quarta-feira, março 24, 2004

Veneza-II

A passagem de Atila (d.C. 453) costuma ser apresentado como o elemento catalizador: as populações da zona ter-se-iam refugiado na laguna, estabelecendo-se definitivamente. Temos uma carta de Cassiodoro prefeito do Pretório (séc. VI) dirigido aos tribunos marítimos da zona.
Com as invasões dos lombardos (568), uma nova vaga de habitantes das zonas das zonas de terra firme fixam-se. De fundamental importância é a emigração também do Patriarca de Aquileia para uma das lagunas; manteve-se o hábito de escolher um sucessor na nova residência, embora as autoridades lombardas (e depois francas) nomeassem um novo patriarca para Aquileia: o futuro espaço de Veneza obtinha assim a sua autonomia religiosa, rompendo com as autoridades religiosas “continentais”; o roubo de Alexandria das relíquias de S. Marcos por 2 mercadores Venezianos em 828 fez o resto. Bizâncio entretanto, perdera grande parte das possessões italianas ficando reduzida a algumas cidades; Veneza estava na sua esfera de obediência (os primeiros doges foram exarcas nomeados ou pelo menos reconhecidos pelo Imperador), embora os seus conflitos entre o Império Carolíngio faria esse domínio variar. O domínio sobre a terra ferma, é visto como sendo uma das bases económicas que lhes deu capital que seria rapidamente investido no comércio; ao enfrentarem os piratas eslavos e apoiarem as populações latinas da Dalmácia, acabaram por tornar-se aliados e receber privilégios de Bizâncio (diminuição das taxas, exclusivo de comércio de certas zonas, jurisdição privada), tentando não enfurecer o Sacro-Império (que era o que possuía o domínio terrestre).

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