segunda-feira, janeiro 31, 2005

Blitzkrieg-III

Sobre as campanhas da Finlândia e da Noruega o autor não desenvolve muito. Ficamos a saber que os finlandeses tinham uma arma semi-automática (outros exércitos também a tinham) mas que eles a usaram em grandes quantidades, destroçando unidades inteiras soviéticas. Contra os tanques inventaram o coktail molotov (muito arriscado de se usar, mas o desespero faz milagres). Os soviéticos tinham excelente equipamento, e atacaram de “forma moderna”: lançando primeiro a aviação, depois os tanques e no fim a infantaria. A aviação tinha má pontaria (num bombardeamento em Helsinkia falharam todos os alvos propostos e conseguiram para cúmulo acertar na embaixada soviética); os tanques eram destruídos por grupos emboscados, e a infantaria era exterminada no fim: o que falhou foi mesmo a teoria que foi aplicada. Para se justificar esse falhanço os historiadores socorrem-se habitualmente a diversas causas: as purgas de Estaline, a inexperiência do exército, a coragem dos finlandeses, etc, desviando-se das causas reais. Se para os finlandeses a guerra foi terrivelmente custosa (quase uma centena de milhar mortos e feridos para um país de 4 milhões), para os soviéticos foi bem pior: os números oficiais na época indicavam mais de 100.000 mortos e feridos, mas desde então o valor foi actualizado para 10 vezes esse número...
A campanha da Noruega é apresentada como um desperdício de recursos dos aliados, que depois de terem abandonado a Polónia, queriam (devido à pressão das suas opiniões públicas) mostrar acção. Desviaram assim tropas de elite (a legião estrangeira), aviões e barcos que fariam falta na frente principal.

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Madame de Maintenon

Esta mulher como numerosas outras com influência política foi acusada de todos os males possíveis e imaginários da França do final do reinado de Luís XIV. Nascida em 1635 e oriunda de uma família huguenote (protestante) arruinada, foi pressionada em jovem a converter-se ao catolicismo, de que seria mais tarde uma fervorosa adepta. Desprovida de recursos financeiros, acabou por receber o inesperado apoio do escritor Scarron que a propôs em casamento-1651 (ele era inválido e assim obteve uma reconhecida enfermeira); neste período foi adquirindo contactos com a alta sociedade e meios literários. Enviuvando 9 anos depois, ficou novamente em situação difícil, mas a Favorita do rei Luís XIV (madame de Montespan), entregou-lhe a educação dos seus bastardos (dado que estava demasiada ocupada com a vida da corte). O seu carácter demasiado sisudo levou a que o rei a desprezasse, mas lentamente ao ver a maneira afectuosa como tratava os seus filhos começou a apreciar a sua companhia (por oposição a Montespan que ignorava completamente os seus filhos), e recompensou-a tornando-a marquesa. Madame de Maintenon esforçou-se por tornar a corte mais virtuosa e o rei acabou por correr com Montespan (um processo de feitiçaria e envenenamento em que esta esteve envolvida também devem ter ajudado a decidir o rei, apesar de ele ter abafado o caso; aliás quem ficou encarregado de a expulsar do palácio de Versailhes foi um dos seus filhos que a odiava e adorava aquela que considerava a sua verdadeira mãe, Maintenon). Bem, por conselho de Maintenon, o rei aproximou-se da rainha Maria Teresa (quem já viu uma das versões do filme com Richard Chamberlain “O homem da máscara de ferro” lembra-se da mulher idosa e careca) e voltou a ser afectuoso com ela; a família real e sobretudo Maria Teresa ficaram extremamente gratas a Maintenon. Com a viuvez de Luís XIV em 1683, o rei provavelmente acabou por casar com ela em segredo (digo provavelmente, porque embora os historiadores o aceitem de forma pacífica, não ficaram registos escritos da cerimónia, mas apenas testemunhos de outras pessoas). A partir daí, é um pouco delicado avaliar a sua influência. Vários autores atribuem-lhe a responsabilidade da revogação do édito de Nantes (1685) ou pelo menos o seu apoio a essa medida (que implicou o fim da tolerância de que os protestantes tinham tido até então, optando muitos pelo exílio - boa parte deles eram artífices o que foi um golpe na economia - ou a luta aberta, ao mesmo tempo que aumentou a hostilidade dos países vizinhos). Também lhe é atribuída responsabilidade pela intervenção francesa na guerra da sucessão de Espanha. Conseguiu também que fosse afastada da regência o boémio duque de Orleães em caso de morte do rei (e na prevista menoridade do futuro Luís XV), mas este conseguiu que depois do falecimento de Luís XIV (1715) o parlamento anulasse essa decisão (que teria graves consequências nos reinados seguintes).
De concreto sabemos que criou um colégio para jovens aristocratas empobrecidas (Saint Cyr) de vida austera, ajudou raparigas pobres, procurou remodelar conventos que não vivessem de acordo com o modelo de vida proposto. Fez um esforço para moralizar a corte francesa de Versailhes (essa corte que fora das mais alegres e dissolutas acabaria por segundo as palavras de um observador "tornar-se tão religiosa que até um calvinista se aborreceria"). Boa parte da nobreza aí residente acabaria por se afastar para além dos período obrigatórios de presença. Faleceu no colégio que criara em 1719.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Blitzkrieg-II

A campanha da Polónia é o melhor excelente exemplo da não Blitzkrieg que existiu. Recapitulando, os polacos logo depois da I guerra estiveram em confronto com os alemães e tinham plena consciência de que um dia iria rebentar uma guerra a sério; portanto foram-se preparando o melhor possível. Fizeram acordos com a União Soviética (já que era impossível uma aliança) que lhes garantisse as costas livres, e como tinham a consciência de que assim que acabasse o caos de Weimar e viesse um estado alemão forte a diferença de recursos dos países balançaria fatalmente para a Alemanha, fizeram uma aliança com os franceses e ingleses. Os aliados concordaram com as seguintes condições: os ingleses não tinham capacidade de mobilização de tropas e envio para o continente em tempo útil utilizariam a RAF para paralizar a Alemanha e os Franceses pediam que os polacos aguentassem 2 semanas, o tempo de eles entrarem em acção; tudo muito razoável acharam os polacos que fizeram sempre os seus planos para aguentar 2 semanas (pois pensavam impossível ganhar sozinhos) até os franceses entrarem pela Alemanha dentro e obrigar os nazis a recuar. Mas defender que parte da Polónia? É que a zona mais fácil de defender era o leste cheio de florestas e pântanos mas estando os grandes centros populacionais no ocidente, os governos forçaram os militares a estabelecer planos para defesa logo na fronteira (pressões políticas assim o exigiam). De qualquer modo, se uma derrota ou um atraso significativo fosse infligido a Hitler. Existia a probabilidade de que perdendo o apoio da população e militares com uma derrota, fosse rapidamente substituído. Contra a lógica militar, assim foi feito. Depois da farsa das negociações de Hitler em Agosto de 1939, começa a invasão da Polónia. Os alemães tinham uma superioridade de 3 para 1 em média para tanques e aviões (muito longe do que se afirma habitualmente de que os polacos não tinham armas motorizadas), mas tinham o mesmo número de tropas (dado que tinham de guarnecer a fronteira ocidental com a França e tinham um complicado sistema de reserva) no activo; em compensação os polacos tinham mais de 3000 anti-tanques de 37mm que chegavam perfeitamente para destruir os tanques alemães. Os alemães atacam de surpresa mas os polacos conseguem salvar a sua aviação que decidem guardar para uma contra-ofensiva (o que sucedeu foi que a foram perdendo aos bocadinhos dado que esse momento não surgiu); os alemães atacaram com toda a aviação (perdendo 1/3 dos efectivos) mas garantindo-lhes o pleno domínio do ar. Em terra, vemos o exército alemão na primeira semana a avançar uma média de 20 km por dia na famosa blitzgrieg (o normal para quem anda a pé, não para espectaculares avanços de blindados). Ou seja, enfrentando os polacos, os alemães não podiam ignorá-los e tinham de os combater (a mestria que valeu a vitória alemã, foi a perfeita combinação e entre-ajuda das várias armas e não combaterem sozinhos). Ao fim de 2 semanas, os alemães declararam que entraram em Varsóvia e que os polacos estavam acabados; chegar seria o termo mais exacto já que os combates duraram mais de uma semana. No entanto esse acontecimento seria fulcral. Como fora já dito, os aliados tinham pedido 2 semanas; demoraram menos a atacar... e a desistir. Os ingleses começaram imediatamente a bombardear a Alemanha, simplesmente sofreram grandes perdas (D.C.A.) e passaram a atacar unicamente de noite com resultados praticamente nulos. Os franceses enviaram mais de uma centena de tanques com cobertura aérea (eles também estavam a usar uma versão da blitzkrieg e portanto não usavam infantaria que era inútil em termos teóricos). Ao fim de pouco tempo esbarraram em minas (que não tinham forma de neutralizar), tentaram recuar (sofrendo mais perdas) até ordenar a retirada das forças. Quando os alemães anunciaram que os polacos estavam a ser aniquilados, respiraram de alívio: não precisavam de atacar mais, pois era inútil ajudar um país vencido e esperaram o ataque alemão. Os pobres polacos é que continuavam confiantes que seria só mais uns dias a aguentar, antes da ajuda chegar. Entretanto dá-se o golpe final: Estaline que acordara com a Alemanha ataca a Polónia para se assenhorear de uma fatia do seu território. O autor do livro defende que mesmo sozinhos os polacos poderiam na parte leste ter-se aguentado contra os nazis (é que aí aguentaram até Outubro, apesar de estar tudo contra eles e a luta já estar perdida), mas a luta em 2 frentes liquidou a situação: os polacos seriam assim vítimas do ataque à traição de Estaline (que considerou que a polónia já não existia, logo não estava preso a acordos) e os aliados pela sua impreparação. Eu discordo: os exércitos polacos privados dos centros industriais, comunicacionais e de recrutamento, não teriam possibilidade de aguentar muito mais tempo mesmo que infringissem perdas sérias.

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Alexandre- o filme

Bem, vi o Alexandre; vou limitar-me à componente histórica de algumas partes do filme.
Queria no entanto dizer o seguinte: todas as fontes sobre Alexandre são muito posteriores a ele. Todos os textos feitos por si ou os seus amigos (como uma história do Ptolomeu) perderam-se. A mais antiga biografia que temos é de Plutarco, uns bons 300 anos posterior e de Arriano. Estes usaram fontes contemporâneas de Alexandre que tiveram acesso e parecem pelo sentido crítico que demonstraram ser dignos de crédito (por exemplo, Plutarco recusa a história de Alexandre ter encontrado amazonas por nenhum seu contemporâneo o referir). Alexandre torna-se assim um pouco lendário; o filme pelo que eu li tem por base um romance actual, mas que parece ter tido cuidados em não inventar muito.
A batalha de Gaugamelos mostra o correcto procedimento de um exército helenístico. No centro temos a falange de Alexandre, que tinha uma lança (sarissa) que não era tão comprida como seria um par de séculos posteriores o que permitia o transporte de um pequeno escudo (quando se deu a batalha de Cinescefalos contra os romanos já não o usavam), mas que era obviamente inútil contra os arqueiros persas (daí a necessidade da cavalaria serolver o assunto primeiro). Avançavam lentamente e só baixavam a sarissa um pouco antes de entrar em contacto com o inimigo (e aí empalavam tudo). Também estão presentes psiloi (os homens com fundas) que atiravam pedras para quebrar o ímpeto do inimigo (arma terrivelmente eficaz e barata embora exija muito treino). Finalmente nos flancos, temos os companheiros, que são a cavalaria pesada de Alexandre (não vi lá os Tessálios) acompanhados nos pelos Peltasts, que são uma infantaria armada de escudo e lanças curtas ou espada; serviam para proteger os flancos da falange (o seu ponto fraco) e de apoio à cavalaria para segurar o terreno (andar tantos anos a jogar computador sempre serviu de algo: conheço todos estes nomes gregos!). Do lado Persa, primeiro envia-se os carros falcados (mesmo que o adversário se desvie existem sempre alguns desgraçados que acabam triturados e as linhas perdem parte da coesão), arqueiros, mercenários gregos e muita cavalaria.
Os principais episódios da vida de Alexandre estão lá, tomando-se determinadas posições. Pensa-se que Alexandre também tenha participado na conspiração com Olímpia que matou Filipe. É referido que Alexandre era louro, mas a peruca que lhe meteram era excessiva. O incêndio de Persepólis é apenas referido por Ptolomeu, não sendo mostrado (os produtores do filme devem ter achado suficiente reproduzir a Babilónia). Não compreendi porque colocaram uma negra a fazer de Roxana dado que ela era indo-europeia: uma jovem como a que foi capa de revista da national geographic há uns anos atrás, que era afegã estaria mais próxima da realidade. Não tiveram medo de colocar a sua grande paixão por Hefestion (quando este morreu Alexandre mandou massacrar a população masculina de uma povoação que lhe resistia como sacrifício). Foi pena não terem colocado a mãe de Dário III: dado o cavalheiresco tratamento de Alexandre e respeito pela morte do filho, ela ficou a tratar dos seus assuntos domésticos e quando Alexandre morreu, limitou-se a deixar-se morrer à fome. São mostradas as festas de Alexandre e as fantásticas bebedeiras (podiam ter mostrado que num concurso morreram 40 convidados e o vencedor bebeu o equivalente a 13 litros de vinho - também morreu). Os episódios das conspirações dos pajens e dos velhos soldados também estão correctos (mas pensa-se que o velho Parménion nunca soube de nada, que foi o filho que tudo engendrou sozinho). A morte de Cleitos em Plutarco surge como uma zaragata motivada pelo álcool (Alexandre depois de um pesadelo obrigara Cleitos a fazer um sacrifício), mas também de uma real repulsa perante as atitudes de copiar os soberanos orientais que Alexandre tomava: é preciso não esquecer que a Macedónia até uma geração atrás era dominada pela nobreza e só Filipe alterou isso. São distinguidos os macedónios dos gregos o que é positivo, dado que estes consideravam os macedónios bárbaros por não compreenderam a sua língua (ainda não consegui encontrar explicações claras se as línguas era aparentadas mesmo que diferentes ou se de facto apenas tinham o parentesco por serem indo-europeias): em Plutarco, diz-se que Alexandre (que usava sempre o grego) numa discussão começou a falar muito depressa, a praguejar e falar em macedónio.
Para completar a história, podiam ter acrescentado que a Estaira (a filha de Dário que também casou com Alexandre) foi morta por Roxana. Ou que a velha Olímpia matou o meio-irmão atrasado mental de Alexandre (bem como mulher e filho), uns anos depois; limitaram-se a referir que o Cassandro acabou com o que restava da família que não era muita coisa, dado que eles se tinham massacrado (não havia primos, pois Filipe, o pai de Alexandre eliminara a concorrência por esse lado). Só sobrou o primo Pirro que iria nascer sendo parente de Olímpia e que tanto trabalho iria dar a Roma uns anos depois. Uma família feliz...

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Blitzkrieg-I

Recebi no natal um livro chamado “The Myth of the blitzkrieg”. É um livro revisionista (não, não nesse sentido), na medida em que põem em causa numerosas ideias feitas que habitualmente se tem sobre aspectos militares da II Guerra Mundial; muitas ideias já tinham sido formuladas em outras obras especializadas, mas ele sintetiza-as.
Bem, um dos “mitos” que ele contesta é a da superioridade dos tanques alemães (que lhes teriam dado a vantagem contra os franceses e soviéticos no princípio da guerra), assim como a utilização de forma “moderna” em amplas divisões blindadas, ao contrário dos aliados que os repartiam. Sem me aprofundar muito em detalhes técnicos, 2/3 dos tanques alemães eram o que se chama “tanquetes”, armados com metralhadora ou canhão muito ligeiro e destruídos por simples metralhadoras; o seu 1º verdadeiro tanque o Mark 3 tinha um canhão já ultrapassado (37 milímetros) incapaz de furar os melhores tanques franceses (que usavam um canhão de 47 milímetros e que perfuravam os alemães como manteiga). O tanque seguinte o Mark 4 eram em número demasiado baixo para influir no conflito. Os franceses em 1939 tinham maior número de tanques bons e sobretudo, até começar o conflito propriamente dito em 1940, produziram-nos em maior quantidade que os alemães (que mal conseguiram repor as perdas na Polónia). E porque é que os tanques franceses tinham maior protecção? Não porque usassem muito maior blindagem (embora também o tivessem), mas porque utilizavam um determinado ângulo que melhorava a protecção deles (os que utilizaram esse sistema com maior eficácia foram os soviéticos com o seu T-34). No entanto os tanques alemães tinham algumas vantagens: rádio (o que permite trabalhar em equipa), 2 homens por torre o que permitia apontar e disparar a maior velocidade e sobretudo eram tanques mais rápidos com maior autonomia; embora o autor desvalorize estes factores, creio que são muito importantes no decorrer da batalha. Os franceses como tinham tanques em grande número, puderam usar tanques como suporte de infantaria e como divisões blindadas.
Outro mito: os franceses construíram poucos tanques (já vimos que é mentira) devido à linha Maginot. Ora esta foi construída sem impedir os recursos para as outras armas (ao contrário dos franceses que tinham um império colonial para espoliar à vontade, os alemães ficaram com poucos tanques porque também apostaram numa linha de fortificações a ocidente e outra a leste com a Polónia).

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Painéis

Neste momento estou a frequentar um curso de Arte e Liturgia. A 1ª sessão foi sobre os retábulos de S. Vicente. Desaprovando teorias defendidas por outros autores, considera que a figura central é S. Vicente e não D. Fernando o Infante mártir (o que ficou preso depois do desastre de Tânger). Faz sentido: numa catedral dedicada a um determinado Santo, é normal que a figura mais importante do retábulo central seja esse Santo (além de questões iconográficas, mas disso pouco percebo e qualquer autor decerto que arranja argumentos). Para a figura que se convencionou ser o Infante D. Henrique (o famoso homem do chapéu), ele disse que existem indicações que poderia ser D. Duarte, mas até estudos mais profundos fica-se por aí. Para a atribuição da autoria dos retábulos a Nuno Gonçalves, recorreu a Francisco da Holanda e outros autores credíveis. Mas apesar de ser tudo muito lógico, não posso deixar de me recordar aquilo que me disse um professor há uns anos atrás: “compara-se tudo o que Nuno Gonçalves fez antes e depois de supostamente ter feito os painéis, e não há qualquer semelhança que lhe permita atribuir essa autoria; provavelmente foi importado da Flandres”. De facto, vendo outras obras, a comparação é medonha. Pode ser que Nuno Gonçalves e a sua oficina estivessem em bons anos (dado que a obra demorou anos a ser concluída). Portuguesa ou não, a obra está cá e é sem dúvida um dos mais fantásticos tesouros artísticos que possuímos. http://paineis.org/