Bem, cá vai então o divertimento musical. Regularmente, escolherei uma obra musical que (até totalizar 10) considero das mais relevantes do milénio (logo desde o ano 1000 até 2000). Serão músicas que considero importantes para a sua época (critério subjectivo), tanto porque representam o espírito do seu tempo, ou pelo contrário, representarem um corte. O que significa que os compositores “geniais” do costume não estarão representados (Bach, Mozart, Beethoven, Schuman, Verdi, Wagner, etc). Estarão representados diferentes estilos de música e embora metade seja da música dita erudita (por razões cronológicas), a música do séc. XX representará a outra metade, dada as modificações rápidas e variedade de estilos musicais. Deveria colocar fragmentos das peças, mas infelizmente não percebo quase nada de informática e portanto vou (quando encontrar) colocar links com samples das músicas. Chamaram-me (e com pertinência creio eu) a atenção para o facto de metodologicamente ser errado misturar música barroca com rock (digamos Chopin e Elvis Presley) e portanto deveria ser coerente e manter-me só na música erudita. Só que como isto não é um estudo académico, é apenas um blog sem pretensões, creio que posso dar-me ao luxo de estipular as regras do que escrevo.
Bem, começando o primeiro vai ser a Messe de Notre Dame de Guillaume de Machaut (1300-1377). Este foi um clérigo francês; como pessoa instruída, privou de perto com a alta nobreza da época (na corte francesa) onde serviu como funcionário, compôs poemas, canções profanas e religiosas. É considerado o expoente máximo da ars nova (tirado do nome de um tratado do séc. XIV). Este tipo de música era polifónica (o que não era novidade) mas explorava de forma mais aprofundada as suas potencialidades em relação à arte antiga. Ora a missa de Notre Dame, possuía uma preocupação de unidade nas várias partes da missa que a tornava efectivamente uma obra só (e não várias peças “cosidas” umas às outras sem ligação entre si, como continuou a ser em grande parte, e se forem a uma missa actualmente, ainda é). Existem outras subtilezas musicais que tornam a peça fora do vulgar mas deixo-as para os que compreendem de música pois a peça é em sí belíssima .
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