terça-feira, setembro 27, 2005

concurso

Bem, já que ninguém votou para já num pintor barroco, começo eu. Tenho um fraquinho pelos mestres dos países baixos e entre eles destaco Vermeer. Aproveito para colocar um quadro e como já coloquei uma vez aqui o "rapariga com brinco de pérola", coloco outro que aprecio muito "Jovem com dois senhores"



Fólios Virtuais

Não resisto a recomendar seriamente este site: www.bl.uk/onlinegallery/ttp/ttpbooks.html. Um serviço da Biblioteca Nacional Britânica que permite consultar e folhear virtualmente alguns dos mais preciosos livros do mundo, como um Atlas de Mercator, o De Humani Corporis Fabrica de Vesálio, o Livro das Horas da família Sforza e um dos cadernos de apontamentos de Leonardo da Vinci.
Consultem e deslumbrem-se. (É necessário ter o Macromedia Flash Player instalado).

segunda-feira, setembro 26, 2005

Béria-II

Béria era oriundo da Geórgia, de uma remota aldeia, pertencendo a uma minoria aparentada com a maioria dos Georgianos. Estudou, e na adolescência aderiu ao movimento bolchevique (a maioria dos Georgianos era menchevique). Quando estalou a revolução russa, fez trabalhos de infiltração como agente contra outros partidos. Casou com a filha dum importante membro do partido comunista russo. Com a fundação da cheka (polícia contra-revolucionária), pela sua experiência recebeu cargos de importância regional. Contribuiu para que as repúblicas recém-independentes do trans-caucaso, voltassem a ser ocupadas pelos russos. A partir de 1922, depois de alguma moderação, Moscovo decidiu esmagar todo a oposição (antiga nobreza e outros partidos) que tinham sido mais ou menos tolerados nessas novas repúblicas, participando Béria activamente nessa repressão (executando milhares de pessoas), o que lhe permitiu ascender dentro da hierarquia do partido.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Beria


Ofereceram-me uma biografia sobre Béria e nos próximos tempos vou postar o que ler. Para quem ignora, foi o chefe da polícia secreta da U.R.S.S. de Estaline. Este possui os seus numerosos adeptos e detractores, entre os que o vêem como o grande líder do comunismo e os que acham que ele é comparável a Hitler. Béria não tem direito a nada disso, sendo visto como um mero carrasco do regime. Ainda só li a introdução mas o livro parece ser surpreendente. Embora longe de ser uma reabilitação deste sinistro personagem (responsável pela aplicação prática de toda a repressão Estalinista e tendo hábitos privados repulsivos), é visto como um sobrevivente de Estaline, que compreendendo a personalidade paranóica de Estaline, alimentava essa paranóia inventando conspirações e traidores, e bajulando-o de forma a desviar atenções para os outros e tornando-se todo-poderoso ao tornar-se indispensável. E o fim é surpreendente. Mais uma nota, sobre a descrição do ambiente que rodeava Estaline. Ao contrário do ambiente de Hitler que fazia uma separação entre as pessoas do seu ambiente de trabalho e o privado (Himmler, Goebels sendo personagens pilares do regime, não faziam parte do seu grupo íntimo em que se recolhia), parecendo semelhante a reuniões de vizinhos com mulheres e filhos, e falando de banalidades, mas tudo muito discreto, o grupo de Estaline parecia a reunião de um grupo de adolescentes travessos. Depois de passarem o dia todo a trabalhar juntos, reuniam-se à noite para jantarem, beberem, contarem anedotas, gabarem-se e elogiar o chefe; as mulheres não eram admitidas nesse ambiente.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Poética

Quem leu “O nome da Rosa” de Humberto Eco recorda-se que tudo girava à volta de um livro, o 2º da Poética de Aristóteles que estaria perdido. Ora aparentemente esse livro existiu mesmo. O livro “Poética”, tal como está, trata da tragédia e da épica; no 6º capítulo, Aristóteles refere que irá mais tarde tratar da comédia, coisa que não faz. Na antiguidade, foi feita uma compilação das suas obras (por volta do séc. III/II A.C.) e eram indicados 2 livros da poética (correspondendo o 1º ao que actualmente existe). No entanto no séc. VI não é feita qualquer referência a esse 2º volume; deste modo a obra perdeu-se muito cedo. A versão mais antiga (do 1º volume da poética, chamemos-lhe assim) que nos resta é do séc. X, em grego, que contém apenas alguns erros gramaticais; existe contemporânea sua, uma versão árabe que teria sido copiada de uma versão síria. Ora não tendo o tradutor árabe, o quadro de referências mental que lhe permitia compreender o teatro grego, fez uma tradução literal, que sendo incompreensível por vezes, por outras permite corrigir o que se entende terem sido adaptações feitas pela versão bizantina.
Uma última nota: existiu um gramático da antiguidade que ao aperceber-se do desaparecimento da parte dedicada à comédia elaborou uma obra para colmatar a lacuna


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terça-feira, setembro 13, 2005

Os Hojo

Os Hojo criaram o que foi recordado como um tempo de grande prosperidade económica. De origem Taira, tinham-se aliado aos Minamoto e com alguns casamentos e assassinatos bem sucedidos, tornaram-se o cdlã dirigente do Japão. Do que se sabe, melhoraram a situação dos camponeses, permitiram uma maior liberdade económica para o comércio, sobretudo com o exterior (até então só uma cidade detinha esse privilégio, e devido aos impostos esmagadores assim como os subornos, tornavam o comércio proibitivo). Sendo o clã mais poderoso, tentaram aliar-se a outros clãs por casamento. Mantiveram a estrutura política (os funcionários da corte imperial), e adaptaram-na às modificações do tempo. Criaram um sistema algo descentralizado: embora existisse um shogun (que por vezes nem sequer era Hojo), vários membros do clã partilhavam com o chefe a direcção para evitar a sobrecarga de poderes e a criação de eminências pardas. A ameaça mongol permitiu-lhes efectuar uma certa centralização de poder, ao nomearem directamente governadores e responsáveis pela defesa de zonas (até então só com muita intriga se conseguiam introduzir em zonas de outros clãs). Conseguiram deste modo fazer face aos mongóis (embora fosse a mãe natureza que resolvesse o problema), mas isso provocou um imenso problema. Todos os mobilizados exigiam que fossem remunerados pelas despesas que tinham tido (sobretudo os membros de outro clã, sem laços vassálicos aos Hojo), assim como os monges dos templos que consideravam que as suas orações tinham comovido os deuses para criar os furacões que tinham destruído as frotas Mongóis. A partir daí, a situação foi-se lentamente deteriorando: a sua tentativa de centralização conheceu cada vez mais resistências, Hojos colaterais tentaram obter a sua primazia, o sistema de poderes partilhados também começou a fracassar. A intromissão numa sucessão imperial, que levou à criação de duas cortes levaria a sucessivas revoltas, tendo alguns dos principais apoiantes dos Hojo transferido o seu apoio para os revoltosos, provocando a queda dos Hojo, começando um novo shogunato, o dos Ashikaga. OS Hojo duraram apenas um século e meio.

sexta-feira, setembro 09, 2005

autor de setembro

Bem, retomo o concurso para o mês de setembro. O tema deste mês é pintores barrocos (nem maneiristas nem rococó). Podem escolher à vontade nacionalidades.
Entretanto, como despedida de férias, creio que este quadro vem a calhar (não está relacionado com o concursoobviamente):



terça-feira, setembro 06, 2005

Regresso

Bem, voltei das minhas férias. Com os meus afazeres domésticos não tive hipóteses de ir a qualquer sítio, portanto máximo que fiz foi ler. Do melhor (as histórias de Políbio) ao pior (the machine crusade uma "prequela" de dune).
Na praia continuei a leitura de "The tale of Genji". No capítulo que li (o 6º) Genji passou uns meses a tentar conquistar uma princesa pobre (vivia num palácio com apenas 5 damas de companhia, mais o resto dos criados) que sabia tocar sofrivelmente (binzen creio), mas era tão tímida e pouco bela, que assim que Genji conseguiu falar com ela, e olha-la cara-a-cara (até então fizera-o de noite através de um biombo), acabou por desistir; por simpatia começou a ajuda-la financeiramente. Entretanto a sua pequena protegida está a crescer.

Desvarios arqueológicos

É frequente criticar-se a falta de rigor histórico de muitos filmes americanos, sendo este, aliás, um passatempo muito praticado por historiadores à saída dos cinemas. Mas o facto é que, por vezes, a culpa desta falta de rigor não é de produtores, realizadores e argumentistas, mas sim dos próprios historiadores.
Veja-se o caso do clássico Ben-Hur. Querendo reproduzir fielmente o circo de Jerusalém, onde decorre a célebre corrida de quadrigas, os produtores consultaram um arqueólogo a propósito do estilo que teria o estádio. "Estilo Romano", foi a resposta do arqueólogo.
Consultaram outro arqueólogo, por via das dúvidas, que retorquiu que o estilo era "Fenício".
Para desempatar o casa consultaram ainda um terceiro arqueólogo, cuja resposta foi "Estádio? Qual estádio? Não sabia que Jerusalém tinha um estádio."