terça-feira, agosto 05, 2003

O rei Artur-I

O rei Artur é daquelas figuras de que embora se tenha escrito muito, de facto pouco se sabe. Para começar não se sabe se ele existiu de facto.
Em princípios do séc. V o imperador de Roma, Honório já farto das revoltas da província da Bretanha, mandou retirar as legiões e quadros administrativos dessa provincia; essas legiões deviam ser comitenses, tropas móveis (uma vez que se sabe que as tropas limitanei junto à muralha de Adriano continuaram a cumprir o seu dever mesmo sem um Império a quem servir).
A partir daí de facto pouco se sabem sendo a principal fonte um monge bretão do séc. VI, Gildas.
Os pictos do norte e os irlandeses do oeste começaram a lançar ataques cada vez mais atrevidos; em meados do séc. V, um rei Voltigern, pede ajuda a saxões do continente para combater essas ameaças, mas rapidamente os mercenários decidem passar a combater por conta própria para conquistar esse país tão fértil (pelo menos do seu ponto de vista), chamando mais tropas do continente.
A situação estava estacionária quando em finais do século V Ambrosius Aurelianus, um romano da bretanha (seja o que for que esse termo implique décadas depois da partida de Roma) consegue numa batalha esmagadora deter os saxões, a célebre Mons Badicus. Por algumas decénios a maré saxã parece ser detida (os achados arqueológicos demonstram-no), mas a incapacidade dos bretões em se manterem unidos permite
aos saxões resistirem, e depois lançarem-se novamente ao ataque. Na segunda metade do século VI dão-se uma série de batalhas que destroem primeiro os reinos celtas do sul, depois são os do norte, até os celtas ficarem reduzidos à cornualha, gales e mais uns enclaves. A Inglaterra ia começar.

Parca

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