sexta-feira, outubro 14, 2005

Béria-V


Quando terminou a guerra, Estaline decidiu que a URSS não poderia ficar atrás do poder nuclear dos EUA. Apesar de ter sido efectuada já alguma investigação, decidiu-se dar-lhe prioridade máxima, e para líder do projecto, foi escolhido Béria. O chefe da polícia política já provara a sua eficiência, e tivera experiência de lidar com grupos de cientistas (Tupolev o célebre construtor de aviões esteve preso num campo de cientistas do NKVD) e poderia “derrubar” quaisquer entraves administrativos que surgissem do aparelho burocrático. E de facto, assim sucedeu. Embora não tivesse formação académica na área, ele acompanhou sempre o projecto, lendo relatórios, e tratando da logística, pressionando/protegendo os cientistas conforme as necessidades, arranjando materiais e informações através da rede de espiões nos EUA. Se alguns cientistas se ressentiam (embora nunca se queixando abertamente) das intervenções de Béria, outros consideravam-no a uma luz favorável: era um indivíduo inteligente que procurava realmente resolver os problemas, inteirava-se dos dossiers, e dava-lhes as melhores condições de trabalho possíveis usando a sua autoridade. O resultado foi um primeiro teste bem sucedido em 1949, quando os norte-americanos pensavam que tal só seria possível lá para meados da década seguinte. Mantendo a supervisão dos projectos, Béria não pôde observar a primeira bomba de hidrogénio, dado que foi executado antes.

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