quarta-feira, outubro 12, 2005

Béria-IV

Depois da campanha da Polonha, os serviços secretos soviéticos foram recebendo sucessivos avisos de espiões seus e de outras potências dos planos alemães de invasão. Ora Béria tendo transmitido essas informações ao aperceber-se de que Estaline não lhes dava crédito decidiu fazer o mesmo: independentemente da sua opinião sobre o assunto, deve ter concluído que não valia a pena desagradar ao chefe e passou a esconder essas informações ou a desvaloriza-las (elas chegavam por outras vias a Estaline que as refutava com Béria a concordar com ele). Revelou-se a melhor decisão a nível pessoal, pois com a invasão todos os que tinham concordado com Estaline foram sendo recompensados, não sucedendo o mesmo às “Cassandras”. Béria entretanto mandou a prisão de e deportação de centenas de milhares de pessoas pertencentes a etnias que eram suspeitas (algumas nem o eram, mas Béria arranjava provas para mostrar o seu valor). Esses deportados eram transportados em comboios de gado, por vezes sem alimentos, aquecimento ou instalações sanitárias com paragens ocasionais para retirarem os mortos, durado semanas as viagens, sendo depois deixados em descampados onde teriam de recomeçar a vida: boa parte morreria quer nas viagens quer depois no Inverno.
O império do NKVD entretanto iria crescer: divisões eram criadas para policiamento das zonas libertadas, campos de internamento, e com o medo de Estaline do exército, o NKVD vigiava atentamente possíveis derrotismos no exército (ajudados pelos comissários). Béria pessoalmente intervinha em frentes de combate, passando por cima da autoridade dos militares, criando confusão. Para além disso, ajudou na mobilização da população no esforço de guerra.

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