Para as derrotas de Market-Garden (a célebre ponte muito longe), Metz e a ofensiva das Ardenas, autor dá a mesma explicação: o ignorar deliberadamente as realidades do terreno.
Para a operação de Market-Garden, os ingleses estavam fixados nas vitórias que os alemães tinham obtido com os para-quedistas, ignorando os custos tremendos em homens que tinham implicado. Por julgarem os alemães completamente abatidos depois das derrotas da na França, Montgomery julgava que quaisquer tropas aí presentes desatariam a fugir, incapazes de esboçar reacção; ora isso era ignorar a capacidade de os alemães em pegarem em restos de unidades, criar grupos de ataque funcionais e ripostarem. Para resumir, os para-quedistas ficaram espalhado por uma extensa zona longe dos pontos de aterragem acordados (como é costume), estiveram muito tempo sem ordens, mas segundo o autor nada disso influi, já que é eles efectivamente ocuparam as zonas planeadas (reagindo os alemães com grande lentidão por não acreditarem na operação). Quando às célebres 2 Pz SS aí presentes, não passavam de destacamentos de reconhecimento (que tinham veículos blindados mas nada de tanques panteras ou tigres como habitualmente se julga). O que provocou a catástrofe, foi mesmo o atraso do exército de socorro. Existia uma única estrada viável, que tinha peças anti-tanques com pequenos destacamentos de infantaria e ninhos de metralhadoras que não desataram a fugir. Os britânicos não podiam deixá-los aí tranquilos a disparar e tiveram de combater todos esses grupos para limpar o caminho. Para os para-quedistas foi o fim.
Em Metz foi o exército de Patton que teve de enfrentar a realidade. Os alemães tinham guarnecido as velhas fortificações do séc. XIX com tropas de 2ª linha e tudo o que não era considerado capaz de combate em frente móvel. Ora nem a aviação nem os blindados americanos podiam fazer alguma coisa e teve de se travar um combate semelhante a Estalinegrado de 2 meses que sangrou profundamente os americanos. Quando Patton declarou a vitória e mandou avançar, existiam ainda grupos alemães isolados que possuindo abastecimentos e mantiveram a luta.
A ofensiva das Ardenas preconizada por Hitler em Dezembro de 1944, estabelecia que grandes forças blindadas (beneficiando do mau tempo que impediria os aviões aliados de travar os alemães) deveriam varrer os americanos e chegar a Antuérpia. O que sucedeu foi que os enormes tanques alemães avançavam com dificuldade pelas más estradas (fora mais fácil em 1940 com Pz1 e Pz2) e tinham de enfrentar os grupos de americanos que iam resistindo ou recuando mas nunca se desmoronando. É certo que houve efeito de surpresa, mas o alto-comando aliado rapidamente se refez e lançando tropas ao contra-ataque detiveram os alemães que perderam as suas últimas reservas.
A partir daí era o fim: a frente desmoronou-se quer pela pressão aliada por toda a linha quer (mas sobretudo) pela rendição em massa dos alemães (no leste continuaram a lutar ferozmente até Berlim).
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