terça-feira, março 15, 2005

Blitzkrieg-X

Algumas surpresas são-nos reservadas para o desembarque da Normandia. Ficamos a saber que a equipa inicial (inglesa) que projectou o desembarque, pretendia um ataque com apenas 7 divisões numa pequena área, que deveriam numa operação relâmpago furar as linhas alemães. Os norte-americanos discordaram fortemente do projecto por o considerar insuficiente; Montgomery considerou o plano um disparate e com Eisenower acabou por elaborar uma “modificação” que seria a operação Overlord; Churchill acabou por dar o seu aval contra o seu estado-maior.
Quanto à campanha, os aliados pareciam desconhecer completamente o tipo de terreno que enfrentava pelos ataques que efectuavam: grandes grupos em colunas sem apoio de infantaria passeando pelo Bocage, que eram normalmente parados por peças anti-tanques ou tanques isolados- o caso de Witermann que deteve sozinho o exército britânico é bem conhecido. Os alemães adaptaram-se às mil maravilhas, estudando bem o terreno, aproveitando cada ponto de defesa (normalmente sebes que escondiam as suas tropas)
A Normandia apesar de numerosos atrasos lá foi conquistada e depois de um contra-ataque ordenado por Hitler, o exército alemão teve de debandar da França para não ser aprisionado (mesmo assim as perdas em homens somam-se em centenas de milhares de homens mais o material); mas a maioria lá conseguiu chegar às suas linhas. E enquanto que os aliados tinham de enfrentar novas dificuldades (o desmoronamento da frente alemãs ao permitir-lhes avançar rapidamente, dificultou-lhes o reabastecimento de carburante, munições e alimentos, enquanto que os alemães deslocando-se a pé, acabavam por ser mais rápido). Como a ofensiva começou a “patinar”, os vários generais (Patton, Montgomery, Bradley) sugeriram cada um lançar uma ofensiva que fosse directa ao coração da Alemanha (comandada por só obviamente). Eisenower fez o que foi imensamente criticado na época mas que para o autor era a única atitude correcta: dividiu os recursos pelos vários exércitos em vez de concentrar tudo num. É que o autor considera que a Alemanha só poderia ser vencida por uma pressão contínua em todas as suas fronteiras impedindo-a de lançar contra-ataques com imensos recursos numa zona só. Se só um dos exércitos aliados fosse privilegiado, esse ataque seria facilmente neutralizado dada a superioridade no terreno dos alemães do ponto de vista táctico.

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