Neste momento estou a frequentar um curso de Arte e Liturgia. A 1ª sessão foi sobre os retábulos de S. Vicente. Desaprovando teorias defendidas por outros autores, considera que a figura central é S. Vicente e não D. Fernando o Infante mártir (o que ficou preso depois do desastre de Tânger). Faz sentido: numa catedral dedicada a um determinado Santo, é normal que a figura mais importante do retábulo central seja esse Santo (além de questões iconográficas, mas disso pouco percebo e qualquer autor decerto que arranja argumentos). Para a figura que se convencionou ser o Infante D. Henrique (o famoso homem do chapéu), ele disse que existem indicações que poderia ser D. Duarte, mas até estudos mais profundos fica-se por aí. Para a atribuição da autoria dos retábulos a Nuno Gonçalves, recorreu a Francisco da Holanda e outros autores credíveis. Mas apesar de ser tudo muito lógico, não posso deixar de me recordar aquilo que me disse um professor há uns anos atrás: “compara-se tudo o que Nuno Gonçalves fez antes e depois de supostamente ter feito os painéis, e não há qualquer semelhança que lhe permita atribuir essa autoria; provavelmente foi importado da Flandres”. De facto, vendo outras obras, a comparação é medonha. Pode ser que Nuno Gonçalves e a sua oficina estivessem em bons anos (dado que a obra demorou anos a ser concluída). Portuguesa ou não, a obra está cá e é sem dúvida um dos mais fantásticos tesouros artísticos que possuímos. http://paineis.org/
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