Ontem vi o 1º episódio de “O anel dos Nibelungos” na RTP. Vou fazer uma rápida contextualização antes de falar da série. O poema medieval tem por base alguns factos verídicos (as invasões de Atila, a destruição da Burgundia, a rivalidade entre Brunhilde e Fredegonda rainhas dos Francos), adulterados por séculos de oralidade, e misturando personagens e factos. Manteve-se popular até ao renascimento; foi recuperada com o romantismo alemão e a soberba tetralogia de Wagner. Fizeram-se alguns filmes neste século, e serviu em parte de inspiração a Tolkien para a sua trilogia e o Hobbit. Infelizmente ainda não li a obra (só conheço mesmo a tetralogia de Wagner, por isso não posso avaliar o grau de fidelidade ao poema, embora seja bastante semelhante às óperas Siegfried e deduzo o crepúsculo dos Deuses, mediante algumas contorções).
Bem, parece-me que a série faz cedências aos tempos modernos como é habitual. O Siegfried é muito simpático e domável faltando-lhe a postura de herói; acho que o seu maior defeito é que não se destaca como ser superior no meio de medíocres (dado que neste caso ele não é superior aos outros na actuação). Os cenários são típicos dos anos 90, “medieval sujo” que se tornou normal depois de “Braveheart”. Estamos longe das armaduras brilhantes de “Excalibur” (o equipamento consiste em armaduras de escamas e cotas de malha, o que de facto se usava na época). As referências à religião são fugazes e não fazem juízos de moral (ninguém é bom ou mau por ser cristão ou pagão). Os combates são uma mistura de Erol Flyn e jovens heróis de Shaolin: muitas acrobacias e combates com 2 espadas.
Não é nenhuma obra-prima, é unicamente um entretenimento.
1 comentário:
tambem vi e concordo plenamente,
pois desde criança conheço o epico
e esperava uma grande produçao
como estou esperando o filme
beowulf
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