Um dos problemas das sociedades democráticas é a falta de cultura histórica dos cidadãos. Isso, todavia, não quer dizer que acredite que a História nos possa dar grandes lições para o presente, como muitas vezes se diz. Ela é irrepetível, e por isso mesmo não se presta a grandes ensinamentos práticos, aplicáveis. Um governante, frente a uma decisão vital, só (deve) pode contar com ele mesmo e com o conhecimento concreto que tem da sua realidade. Quando muito, pode procurar nos lustres do passado a inspiração e a coragem mais ou menos místicas que lhe possam faltar. Sempre que vejo um daqueles livros que procuram, com casos e episódios do passado, justificar políticas e opções do presente, fujo logo para outra prateleira. Os casos e descasos da História fazem-me lembrar os ditados populares: são todos verdadeiros; têm todos uma moral; e há pelo menos um para justificar todas as decisões e atitudes que se possam tomar na vida, por mais contrárias que sejam.
Posto isso, por que raio temos nós de saber o que aconteceu a um monte de gente morta?
Muito simples – para não fazerem de nós parvos; para sabermos o que não queremos (Nazismo, Comunismo, quase todos os “ismos”); para sermos gratos a quem nos fez bem; para percebermos que o Mundo, apesar de todas as suas gigantescas injustiças e crueldades, é melhor do que era.
Sem comentários:
Enviar um comentário