De entre as lendas que correm, uma delas é que os nazis eram fanáticos por Wagner e a sua música, perfeita encarnação do espírito germânico. Ora as coisas não se passavam exactamente assim...
Quando Hitler tomou o poder (logo em 1933), decidiu reservar os bilhetes de uma temporada de concertos (óperas de Wagner) em Nuremberga dirigida pelo maestro Furtwangler, a membros de topo do partido Nazi (um milhar de bilhetes). Na primeira noite só estavam meia dúzia e ele furioso (por achar um insulto aos artistas ter de actuar numa sala vazia) mandou que encontrassem todos os dignitários faltosos nos cafés e bares; mesmo assim eram poucos e tiveram de os ir buscar a outro género de estabelecimentos...
No ano seguinte tornou obrigatório o aparecimento nos concertos dos beneficiários dos bilhetes e aí tiveram os “pobres” nazis de estar horas a ouvir ópera em vez de se divertir noutros locais: as palmas eram dadas com o entusiasmo que se pode imaginar. Hitler vexado, decidiu que a partir daí, acabavam-se as distribuições de bilhetes, e passasse a ir o público apreciador (e que pagava os bilhetes).
De facto a maioria dos nazis eram pessoas com pouca formação (para o padrões alemães da época: significa que quase todos tinham o liceu concluído), e gostos muito pouco intelectuais (a inteligentzia reduzia-se a Goebbels, Rosemberg, Speer, e mais um punhado), tendo mesmo um desprezo por esses teóricos (afinal, os nazis pretendiam-se partidários da acção). Mas como Hitler gostava de Wagner e era de bom tom nos grupos nacionalistas ouvir esse género de música, toda a gente tinha que fingir que sim.
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