quinta-feira, novembro 06, 2003

Vikings-I

Juntamente com os cavaleiros e castelos, são uma das imagens de marca da Idade Média. Grupos de ferozes guerreiros em drakkars (barcos estreitos e compridos que funcionavam a remos e vela), assaltando as costas, pilhando e raptando gente. E surpresa, desta vez a imagem corresponde à realidade, (embora seja apenas uma das facetas).
Os antepassados dos vikings entre o séc. V e VI desalojaram os frísios do sul da Escandinávia (que juntamente com os anglos, saxões e outros, acabaram com os reinos celtas na Grande-Bretanha e instalaram-se também numa parte do que é agora os Países -baixos), e profundamente fragmentados, foram vivendo sem que alguém lhes desse importância.
Ora no séc. IX, sem que se tenha a certeza porque, começaram a expandir-se. Alguns argumentam que se teria dado um aumento do nível das águas que os teria privado das terras mais férteis, outros que a fuga dos saxões vítimas das campanhas de Carlos Magno teria levado a um aumento demográfico e a uma consequente hostilidade aos reinos cristãos; a mais credível pretende que o aumento demográfico numa terra não de si rica, levaria aos filhos segundos da nobreza a querer fora, as oportunidades que não tinham na sua terra. Em todo o caso, primeiro em pequenos grupos (1 ou 2 barcos), depois em autenticas frotas de dezenas de drakkars, assolaram as costas europeias e semearam o terror.
Eram denominados colectivamente por normandos (homens do norte) e deram origem a uma oração (da fúria dos homens do norte, livrai-nos senhor)
O seu sistema social embora simples estava longe de ser igualitário, como muitos pensavam: em primeiro lugar vinham os Karls (nobres), depois os Jarls (homens livres indo do agricultor, artesão, comerciante) e finalmente o Thrall (escravo ou servo, normalmente um prisioneiro de uma razia ou seu descendente, embora situações excepcionais pudessem levar à escravatura de homens livres). As expedições eram lideradas e financiadas pelos Karls, que compunham uma parte da tripulação, embora Jarls também fizessem parte. O objectivo era obviamente o enriquecer, mas como a sociedade não era muito rígida nas suas funções, o ganhar dinheiro negociando não era visto como desonroso (desde que não fosse actividade única).
Nas suas incursões se um grupo de vikings se apercebesse que as suas potenciais vítimas era demasiado poderosas para se atacar de forma segura, a resposta era a adaptação à situação: limitavam-se a fingir que eram negociantes, comerciavam (normalmente mercadorias não lhes faltariam) e depois assaltavam outra povoação menos preparada.

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