A política que os portugueses tinham desde cedo procurado implementar, passava pelo povoamento das colónias. Rapidamente se formou uma casta intermédia composta por mestiços filhos das indígenas. Logo, ao fixar-se, os portugueses consideravam aquele o seu território e não apenas um local para ganhar dinheiro (embora este motivo fosse sempre fundamental). Por um sistema de alegre corrupção, nos territórios africanos, toda a gente vivia do comércio (do simples soldado ao governador), desfalcando o monopólio do estado quando este existia. Daí que quando eram conquistados, às propostas de trabalhar para as Províncias Unidas, os portugueses reagiam fugindo na maior parte das vezes para o interior e fazendo uma guerra de guerrilha. Mesmo os que ficavam, consideravam o domínio dos “heréticos” calvinistas insuportável (apesar de lhes ser concedida uma razoável tolerância religiosa), criando focos de instabilidade. A religião era assim um elemento inconciliável. Os “Holandeses” pelo contrário não tinham qualquer problema em se retirar se as coisas corressem mal; assim os indígenas que a princípio os tinham acolhido bem, começaram a considerar que não valia a pena dar o seu apoio a esses visitantes, se depois, tivessem de ficar à mercê da vingança dos portugueses. Não eram feitos esforços significativos pela Companhia para enviar colonos para esses territórios, por medo que as autoridades militares locais tentassem obter a independência da Companhia (mas teria sido tal motivo alguma vez válido?).
E o clima: as guarnições lusas estavam sempre com baixos efectivos mal-alimentadas e com pólvora estragada o que facilitara a conquista por tropas frescas neerlandesas, mas rapidamente a malária veio impor o seu tributo, assim comos as chuvas, equilibrando as coisas.
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