Os mistérios de Eleusis foram um conjunto de cerimónias celebradas em Eleusis (arredores de Atenas), desde um período indeterminado da antiguidade até à sua proibição em 392 pelo imperador Teodósio. Baseado em mitos (Deméter deusa da agricultura viu a sua filha Perséfone raptada por Hades deus dos mortos para a fazer sua esposa, o que levou à esterilidade da terra; depois de um compromisso, Perséfone passaria uma parte do ano no sub-mundo e o resto do ano à superfície), representava o ciclo das estações com a morte no inverno e o renascer na primavera. No período clássico, os mistérios eram das cerimónias mais importantes (a par dos jogos olímpicos) e levados a sério. Atenas perdoou muitos disparates a Alcibíades, mas a profanação desses mistérios custou-lhe a pena de morte (de que fugiu) e provavelmente a vitória da sua cidade na guerra do Peloponeso. O imperador romano Juliano participou nesses mistérios.
Em que consistiam? Na realidade pouco se sabe. Como os participantes tinham de manter segredo, só alguns aspectos públicos se conhecem (uma procissão). O resto pode-se deduzir: cânticos, orações, sacrifícios, embora se ignore o conteúdo exacto. Qualquer grego, independentemente da sua classe social podia participar (e ausência de cadastro) tornando-os relativamente igualitários e dando uma sensação de fraternidade; no período romano conseguiriam manter um forte prestigio (apesar da decadência dos cultos tradicionais greco-romanos) e só a sua limitação geográfica (o cerimonial tinha de ser cumprido localmente) impediu uma maior difusão.
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