Foi nessa data em 1609 que foi ordenada a expulsão dos mouriscos de Valência, seguindo-se depois por toda a Espanha (o decreto original para expulsão é um pouco anterior).
Quando em 1492 Granada foi conquistada pelos reis Católicos (Fernando e Isabel, os futuros patrocinadores de Cristóvão Colombo), aos muçulmanos fora-lhes garantido num tratado o direito a manter a sua religião, hábitos e costumes. No entanto rapidamente os seus direitos começaram a ser cerceados o que os levou a revoltarem-se; tal foi o pretexto para lhes retirarem tudo o que fora acordado, exigindo-se-lhes a conversão. De facto, o que se pretendia na península ibérica era ter um reino, um povo e uma religião; a existência de minorias estragava esse panorama (Portugal também, mas isso é outra história). Continuaram a praticar a religião em segredo e os períodos de perseguição (com a inquisição) e revoltas (isso levou Guilherme de Orange a aperceber-se de que se um punhado de camponeses conseguia pôr em xeque a poderosa Espanha, as terras da Flandres muito mais ricas deveriam ter boas hipóteses de se tornar independentes), alternavam com uma relativa tolerância (eles viviam no sul e as suas terras pertenciam a membros da grande nobreza que os apreciavam pela sua capacidade de trabalho e por isso os protegiam). Depois de um endurecimento de posições (eram acusados de ajudar a pirataria muçulmana e outras traições), acabaram por receber ordem de expulsão. Assim terminava uma presença que se iniciara em 711, e o sonho do Al-Andalus.
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