Bem, cá vai outra decisão difícil: para meados do séc. XIX, quem escolher? Faria mais sentido ter um top-10 só nesse período. Wagner é fundamental na evolução na ópera (a marcha fúnebre de Siegfried é verdadeiramente espantosa, assim como o prelúdio de Tristão e Isolda), Verdi conseguiu ser popular como só em Itália um artista de qualidade consegue ser (actualmente as coisas modificaram-se, mas até há duas gerações atrás as suas músicas eram cantadas pela população como êxitos de pop), Strauss fez uma música que para muitos simboliza o séc. XIX- o Danúbio azul- com as suas valsas dançadas por todas as cortes europeias (embora o abomine), Liszt um virtuoso no piano, Schuman que tornou as suas música verdadeiros poemas, e tantos outros que marcaram a história da música.
Qualquer um destes autores serve para exemplificar o espírito romântico. Mas só pode ser uma obra. Bom, então decidi escolher uma obra que passa completamente ao lado: os “Quadro de uma exposição” de Mussorgsky (1839-1881), compositor russo. É uma série de peças para piano (que teve uma fantástica adaptação para orquestra por Ravel), baseada em temas do folclore russo. Baba Yaga (a bruxa temível da mitologia russa), a grande porta de Kiev, o mercado, e sobretudo a música mais solene de todas- Gopak (ou o poleiro das galinhas segundo o que me disse uma vez uma amiga checa). A sonoridade comparada com o que se fazia na época era bastante agreste (mesmo com os compositores russos que faziam música de acordo com os cânones europeus); a noite no monte calvo é outra do mesmo género.
Um nota: por razões de motivo pessoal só poderei voltar a escrever neste blogue dentro de duas semanas; os meus colegas irão assegurar a continuidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário