Alexandre filho de Filipe II da Macedónia e de Olímpia do Épiro. A sua carreira é sobejamente conhecida: conquistou um império que ia dos Balcãs à Índia, passando pelo Egipto e Afeganistão. Herdou um reino que fora organizado com punho de ferro pelo pai que tivera de lutar contra uma nobreza turbulenta, as ligas lideradas por Atenas, e Tebas (a batalha de Queroneia representa o fim da democracia ateniense e por arrastamento das outras cidades gregas e de uma certa concepção de liberdade), e revolucionando a arte da guerra. A sua personalidade é considerada de formas diferentes segundo os gostos de quem o examina: por um lado profundamente instável e sanguinário (as destruições das cidades de Tebas, Persepólis, o assassinato de Parménion o seu melhor general, a sua ligação com um eunuco) e que se limitava a usar o pessoal de valor que tinha à sua volta; homem de uma visão de império tentando criar uma síntese entre o oriente e ocidente (o encorajamento que fez do casamento entre oficiais seus e mulheres persas e utilizou Persas ao seu serviço), respeitador dos mais fracos (acolheu bem a família de Dário III seu adversário).
De qualquer modo fez o que pode para expandir o Helenismo: criou cidades com o seu nome com os seus veteranos feridos por todo o território.
Infelizmente nenhuma das fontes contemporâneas sobreviveram (Calistenes e Ptolomeu), nem sequer das gerações posteriores: apenas possuímos textos do séc. I que usaram fontes que copiaram os textos originais... De modo que muitos dos pormenores da sua vida são bastante discutíveis.
Com a sua morte os seus generais repartiram o seu império e a sua família acabou por ser exterminada. Os Epígonos iriam gastar gerações seguidas em conflitos. Apenas Seleuco esteve prestes a reunificar o império (faltando o Egipto) por um curto espaço de tempo. Os seus sucessores fizeram o que puderam para manter o Helenismo vivo: gregos e macedónios eram encorajados a emigrar para as novas cidades. Alexandria no Egipto teve um destino brilhante devido aos cuidados dos Ptolomaicos (o Egipto apesar da sua monumentalidade nunca possuíra grandes metrópoles): tornou-se um porto internacional e um foco de cultura graças à biblioteca; mas outras cidades como Antioquia, Éfeso também brilharam. Reinos no oriente como os greco-bacterianos (Afeganistão) e greco-indianos expandiram o helenismo geograficamente mais do que Alexandre o fizera. Quando os Partos (um povo indo-europeu aparentado com os Citas) ocuparam a Pérsia, esses reinos subsistiram até ao séc. I. a.C. com as ligações cortadas ao ocidente
Roma recuperou o legado Helenístico, e a miragem do império de Alexandre: Crasso e Marco António tentaram conquistar a Pérsia com péssimos resultados. Trajano morreu a meio de uma expedição, Septimo Severo teve o bom senso de desistir a meio e só Heraclito no período bizantino teve uma campanha vitoriosa: debalde, pois os árabes acabaram com a Pérsia Sassanida enfraquecida pelas longas guerras com Bizâncio. O ocidente medieval viu nele o perfeito cavaleiro, incluindo no grupo dos nove bravos e estabeleceu lendas e o “Romance de Alexandre”.
Luís XIV ainda apreciava vestir-se como Alexandre (à maneira do séc. XVII obviamente) e esse epíteto seria sempre apreciado por monarcas absolutos. No séc. XX a sua figura não seria muito retratada pelo cinema: os programas documentário da T.V. terão claramente a sua preferência.
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