Li recentemente um post sobre as consequências da expulsão dos Judeus nas descobertas, e decidi fazer um sobre a Idade Média.
Depois da guerra romano-judaica no reinado de Adriano, com a proibição dos judeus voltarem ao seu território de origem, a situação ficou resolvida para os romanos: sem uma terra que pudessem tentar tornar independente, as revoltas estavam suprimidas. Espalharam-se um pouco por todo o mediterrâneo, onde já existiam comunidades. Com o édito de Caracala em 212, todos os homens livres adquiriram a cidadania romana, incluindo os Judeus. Apesar de serem monoteístas, estavam dispensados de prestar sacrifícios ao génio do Imperador; também tinham um patriarca que de algum modo representava os interesses judaicos perante o estado. A que se deve essa dispensa? Ao reconhecimento de uma tradição antiga, que sempre os livrara do culto imperial e ao facto de pertencerem a um grupo étnico (o mesmo não sucedia com os cristãos: eram uma religião recente sem prestígio, e vindos de todas as raças). Mesmo embora a sociedade se fosse tornando mais totalitária do ponto de vista religioso, até à conversão de Constantino no séc. IV, a situação pouco mudou. Progressivamente, com o estabelecimento do Cristianismo como religião estatal, todos os “não católicos” (pagãos, cristãos de outras confissões, judeus), foram perdendo os seus direitos; deixaram de poder ser nomeados para cargos honoríficos, possuir escravos cristãos (que a longo prazo significava perder a possibilidade de ter terras), a própria liberdade de culto.
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