Foi o nosso único Papa (João XXI de 1276-1277), e é sobretudo conhecido por lhe ter caído um tecto em cima. Os seus primeiros estudos foram efectuados em Portugal, mas depois partiu para França para prosseguir os estudos universitários (ainda não existia a Universidade de Lisboa/Coimbra). Escreveu imensos livros (que resumiam outros), sendo o mais famoso um resumo da lógica aristotélica (basicamente procurava através de mnemónicas e outros métodos facilitar esse estudo) que seria usado durante séculos; não era assim propriamente um pensador mas mais um divulgador. No entanto, na área da medicina foi um pouco mais arrojado, pretendendo que se efectuasse um estudo prático.
Eleito Papa, dedicou-se a tentar uma reconciliação com Bizâncio, e lançar uma nova cruzada; com a sua morte ficou tudo na mesma. Existe um excelente resumo da sua vida (o que é adequado afinal), numa obra de António José Saraiva “O crepúsculo da Idade Média em Portugal”.
7 comentários:
Vocês fazem algum género de conferências públicas, ou a vossa actividade limita-se à Web?
Limitamo-nos à Web. Para conseguir fazer conferências teriamos de ser profs universitários, coisa que nenhum de nós é.
professores universitários??? Porquê?
O J H Saraiva aí está para demonstrar à saciedade que uma cátedra não é uma condição necessária para uma bem-sucedida carreira de divulgação em história!
Ok, então rectifico: para se fazer conferências é preciso também ter-se uma rede de contactos coisa que nenhum de n+os tem (ou tem tempo de arranjar). Uma coisa é ler uns livros e escrever na net textos de meia-página, outra é andar a fazer telefonemas e marcar entrevistas com pessoas para talvez se arranjar algo e escrever texctos longos.
Ele foi o nosso único Papa mas era conhecido pelo "Hispano..."
Na época como existiam diferentes reinos na peninsula (Aragão, Portugal, Navarra, Castela, de vez em quando Leão), usava-se o termo hispano para a peninsula ibérica. Só com a união de castela e aragão passou o termo a designar um estado (embora inda demorasse umas décadas para absorver Granada e Navarra, e nunca conseguiram ficar com Portugal o torna o termo Espanha errado tecnicamente).
Exacto, o termo "Espanha" é errado do ponto de vista técnico (pessoalmente, acho que demonstra uma profunda arrogância da parte dos castelhanos). Recordemo-nos que, ainda hoje, o Arcebispo de Braga ostenta o título de "Primaz das Espanhas". Vem do tempo em que "Espanha2 designava toda a península.
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