quinta-feira, agosto 10, 2006

Herodes o grande

Ficou conhecido como um rei cruel e caprichoso (o massacre dos inocentes). Mas conseguiu deixar aos seus filhos um reino em paz.
O seu pai Antipater, um idumeu (uma etnia que fora conquistada pelos judeus e obrigada a converter-se ao judaísmo), era amigo do rei Hircanio da Judeia. Este foi destronado pelo seu irmão (bastante mais competente), mas Antipater conseguiu com intervenções estrangeiras (árabes e romanos) devolver o trono a Hircanio. Antipater foi colocando os seus filhos e parentes em lugares chave, enquanto que a guerra civil entre os reis irmãos continuava. Com o assassínio de Antipater, Herodes sucedeu na direcção do reino. Tendo comandado os exércitos do pai (e combatendo mesmo na frente), continuou a faze-lo. Marco António decidiu que entre Hircanio (incompetente) e Antígono (anti-romano), dar a realeza a Herodes que sempre lhe fora fiel era o melhor. Quando Octávio venceu, Herodes decidiu jogar de forma franca: em vez de dizer que fora obrigado a apoiar Marco António e dizer que este fora um mau líder, assumiu que sempre lhe fora fiel e amigo e que se não tivesse sido desviado por outros motivo, teria combatido contra Octávio em Actium. Devolvia portanto a coroa ao vencedor. Octávio apreciou a franqueza e manteve-o no poder; nos anos seguintes iria até aumentar o território de Herodes pela ajuda que lhe iria prestar.
Herodes passaria numerosos anos a pacificar o território que passara anos em guerra civil e sofrera com o banditismo, utilizando uma repressão brutal. As tensões religiosas (pois muitos viam com maus olhos a submissão a romanos que eram pagãos), aliava-se a um problema dinástico: Herodes continuava a ser visto como usurpador estrangeiro que destronara com o apoio romano a dinastia legítima. Esta rapidamente se extinguiu, pois Herodes eliminou sucessivamente todos os representantes masculinos. Só sobreviveram 2 mulheres com quem ele casou (e mandou matar depois) de quem teve filhos. Na sua própria família as coisas não correram bem: sofreu diversas conspirações de familiares, mandou matar 3 filhos, várias esposas, parentes e amigos.
Pelo menos uma coisa não lhe pode imputado: não há nenhuma descrição de mandar matar bebés como é dito no novo testamento (se bem que ordenou imensas outras execuções igualmente repugnantes).
Mandou construir palácios, monumentos e restaurar o Templo de Jerusalém. Basicamente teve uma vida semelhante a numerosos soberanos helenísticos, com a diferença de que sendo plebeu, continuou a ascensão ao trono começada pelo pai, criando uma dinastia que durou um século.

Sem comentários: