Guns, Germs and steel-VI
Num outro capítulo, é-nos apresentada uma verdadeira surpresa (mais uma de várias): ficamos a saber que a africa subsariana era na maioria povoada não pelos actuais africanos mas por pigmeus e Khoisian (são de pele negra mas as semelhanças ficam-se por aqui, já que a aparência e cultura são muito diferentes)), e quem sabe por outros grupos culturais que desapareceram. Entretanto um grupo, os nigerio-congo que são os antepassados dos modernos africanos sub-sarianos por razões variadas (demográficas, técnicas, enfim o costume) espalhou-se e foi absorvendo/conquistando/fundindo-se (conforme as situações) com as populações pré-existentes (embora ainda sobrevivam outras populações, com outras línguas em zonas diferentes, mas em situação claramente minoritária). O mesmo que se passara na Europa. O norte e leste de africa continuou a ser povoado por falantes de línguas africano-semitas, e Madagáscar por austranésios que tinham aí chegado na altura da sua expansão.
O resto do livro acaba por ser um resumo da obra.
segunda-feira, agosto 20, 2007
quinta-feira, agosto 09, 2007
Guns, Germs and Steel-V
Um outro capítulo interessante é o de “como os chineses se tornaram chineses”. Aí ficamos a saber que todo o sudeste asiático e ilhas até à Oceânia eram até há uns 10000 anos atrás povoados por povos de tez mais escura (que se podem considerar aparentados aos indígenas da Papua Nova Guiné e austrália). Chamemos-lhes aborígenes. A arqueologia indica que viviam da caça e recolecção, em grupos de pequena dimensão.
Há uns milhares de anos atrás (cerca de 4000 antes de Cristo? Talvez antes?), grupos de asiáticos (que vamos chamar de austronésios que são os antepassados dos Filipinos, indonésios e polinésios) vindos do sul da china espalharam-se lentamente pelo sudeste asiático e ilhas. Como já tinham a agricultura, domesticação de alguns animais e ferramentas mais desenvolvidas, movimentavam-se em grupos maiores e assim puderam absorver/destruir parte dos povos aborígenes que foram encontrando. Entretanto outros grupos como os austroasiaticos (que inclui os Khmers e vietnamitas), os Thai e muitos outros vindos do norte da china (que falavam diversas línguas não aparentadas entre si) ainda mais desenvolvidos espalharam-se também pelo sul da China e conseguiram absorver/destruir os austronésios que encontraram. Por sua vez, um outro grupo no norte da China que podemos chamar de chineses propriamente ditos, começaram a criar estado organizados, desenvolvendo armas de bronze e depois ferro, criaram cavalos, desenvolveram a escrita, cidades, fortalezas, cortes, enfim tudo o que associamos à china, começaram depois de 1000 AC a conquistar o sul da China. Esses diversos reinos Chineses descreviam os do sul (constituídos por austronésios/asiáticos) como selvagens que viviam primitivamente, tatuavam-se e não tinham estados organizados. Os austronésios acabaram por desaparecer na China e sudeste asiático (no sul da china os austronésios foram absorvidos culturalmente, mas do ponto de vista físico deixaram marcas, havendo uma diferença entre os habitante do norte e sul da china, resultando da fusão de chineses do norte com austronésios, austroasiaticos e outros) e só conseguiram sobreviver nas ilhas da Ásia e oceânia (numa vasta área, que vai de Taiwan até à ilha da Páscoa, passando por Madagáscar); os austroasiaticos e afins espalharam-se pelo sudeste asiático onde ainda vivem actualmente.
E os aborígenes? Alguns conseguiram sobreviver na Malásia e Filipinas em pequenos grupos, na Nova Guiné (onde são a maioria) e na Austrália (onde são uma minoria, mas aqui o problema foi a colonização branca).
Há uns milhares de anos atrás (cerca de 4000 antes de Cristo? Talvez antes?), grupos de asiáticos (que vamos chamar de austronésios que são os antepassados dos Filipinos, indonésios e polinésios) vindos do sul da china espalharam-se lentamente pelo sudeste asiático e ilhas. Como já tinham a agricultura, domesticação de alguns animais e ferramentas mais desenvolvidas, movimentavam-se em grupos maiores e assim puderam absorver/destruir parte dos povos aborígenes que foram encontrando. Entretanto outros grupos como os austroasiaticos (que inclui os Khmers e vietnamitas), os Thai e muitos outros vindos do norte da china (que falavam diversas línguas não aparentadas entre si) ainda mais desenvolvidos espalharam-se também pelo sul da China e conseguiram absorver/destruir os austronésios que encontraram. Por sua vez, um outro grupo no norte da China que podemos chamar de chineses propriamente ditos, começaram a criar estado organizados, desenvolvendo armas de bronze e depois ferro, criaram cavalos, desenvolveram a escrita, cidades, fortalezas, cortes, enfim tudo o que associamos à china, começaram depois de 1000 AC a conquistar o sul da China. Esses diversos reinos Chineses descreviam os do sul (constituídos por austronésios/asiáticos) como selvagens que viviam primitivamente, tatuavam-se e não tinham estados organizados. Os austronésios acabaram por desaparecer na China e sudeste asiático (no sul da china os austronésios foram absorvidos culturalmente, mas do ponto de vista físico deixaram marcas, havendo uma diferença entre os habitante do norte e sul da china, resultando da fusão de chineses do norte com austronésios, austroasiaticos e outros) e só conseguiram sobreviver nas ilhas da Ásia e oceânia (numa vasta área, que vai de Taiwan até à ilha da Páscoa, passando por Madagáscar); os austroasiaticos e afins espalharam-se pelo sudeste asiático onde ainda vivem actualmente.
E os aborígenes? Alguns conseguiram sobreviver na Malásia e Filipinas em pequenos grupos, na Nova Guiné (onde são a maioria) e na Austrália (onde são uma minoria, mas aqui o problema foi a colonização branca).
quinta-feira, agosto 02, 2007
A História de Genji-final
Terminei este verão a leitura do romance "A história de Genji", que vou resumir agora.
A mulher que dá um filho a Genji (a jovem Akashi), tem como principal dote saber usar o Koto (uma espécie de guitarra) de forma exímia; o mesmo com sawflower. Murasaki não tem qualquer capacidade especial (por culpa de Genji que reconhece que falhou na sua educação) mas é bonita.
Quando chega a vez de escolher uma nova imperatriz, é feito um concurso de pintura, em que facções rivais se disputam (cada facção tem de num prazo limitado perante uma assembleia de pintar temas de livre escolha); a facção vencedora é a de Genji (contra Tono) e é a filha de Genji (a jovem Akashi) que é escolhida como nova imperatriz. Aliás, a avó materna da jovem Akashi é considerada um paradigma da sorte: mulher de um vice-governador sem importância, tornou-se monja juntamente com o marido numa zona longínqua, sem perspectivas para a filha, quando esta se torna concubina da pessoa mais poderosa do país, e eles acabam por tornar-se avós de uma imperatriz e bisavós de príncipes imperiais.
Outras amadas de Genji sabem bem escrever quer na forma (a caligrafia em si é uma arte para os japoneses), quer no conteúdo (as missivas nunca são feitas descrevendo algo directamente, mas sempre com recurso a poemas, que são extremamente crípticos para ocidentais).
A vida de Genji segue como sempre: festas, concursos de poesia, de caligrafia e pintura e um ocasional flirtanço. Até que o seu irmão o imperador retirado Suzuku que tem uma especial predilecção por uma das filhas (a terceira princesa) e decide arranjar-lhe um marido. O problema é quem? Como a sua mãe não era uma pessoa importante, não haveria ninguém na corte para apoia-la. Mesmo assim vários candidatos apresentam-se imediatamente, nomeadamente um dos filhos de Tono (Kashiwaga), mas Suzuku decide convencer o seu irmão a Genji a casar com ela. Genji sabe que isso irá desagradar a Murasaki (afinal uma princesa imperial tem sempre estatuto e poderia servir de rival) mas decide seguir em frente e casar com a sobrinha. Murasaki mantém as aparências e faz boa cara, mas as restantes esposas de Genji não são tão amáveis, pois devem muito a Murasaki e ignoram como será a nova esposa. Esta acaba por viver em semi-reclusão de algum modo infeliz. E é aí que entra em jogo Kashiwaga: este que acabara por casar com uma irmã da terceira princesa (a segunda princesa) como prémio de consolação, mas não a esquece e depois de várias artimanhas, consegue entrar no palácio de Genji e viola-a. Ela nada pode dizer, pois mesmo forçada ficará mal vista; ele sente remorsos (por ter enganado Genji, não pela violação), escreve-lhe e essa correspondência acaba por cair nas mãos de Genji (que fica espantado por os textos serem tão directos e comprometedores, coisa que ele nunca fazia). Embora desagradado, quer acima de tudo manter as aparências (o escândalo danificaria as suas relações com os Fujiwara e o Suzuku) e embora nasça uma criança, ele acaba por se ligar ao bebé. Ele acaba por encarar toda a situação com fatalidade, pois relembra-se do que sucedera anos antes com Fujitsubo.
A acção vai a partir daí passar de Genji para outras personagens (que entra na sombra e torna-se cada vez mais melancólico, sobretudo depois da morte de Murasaki): Kashiwaga, Yugiri e outros da geração seguinte, em diversos capítulos, até que Genji morre.
Kashiwaga morrera de depressão, e Yugiri que fora seu amigo (e acabar por descobrir a história do amigo), apoia a viúva do amigo; com o tempo apoia-a financeiramente, mas portando-se sempre de forma impecável, não levantando a mínima suspeita; um dia tenta violá-la, mas ela corre depressa e fecha-se num quarto. Ele não se demove e consegue que ela fique isolada de amigos sendo obrigada a viver como sua concubina (com a aprovação da família de Tono, que tem menos um encargo financeiro com que se preocupar).
Esta nova geração é nas aparências menos estouvada do que a precedente, e sendo menos glamorosa, tem de recorrer a diversas artimanhas para conseguir conquistaras as mulheres, mas são também personagens mais realistas e menos idealizadas.
Passam diversos anos e seguem-se as aventuras do suposto filho de Genji (Kaoru) e o neto Niou (que é príncipe imperial). Estes são amigos e descobrem que um outro príncipe irmão de Genji vive retirado na pobreza (de acordo com os seus padrões) e como descobrem que são bonitas e tocam bem o koto, tentam convencer o príncipe a dar-lhes as filhas em casamento (partilhando-as entre si por acordo), mas ele morre sem consentir.
Niou viola uma delas (casando mais tarde com ela) e a outra morre de depressão. Kaoru que fica desgostoso pela morte da jovem que lhe estava destinado e apaixona-se pela jovem que ficara com o seu amigo; como estabelecer relações com ela é complicado, acaba por descobrir uma terceira irmã (não reconhecida), que vive na província. Ele tenta casar com ela, leva-a para uma casa, mas Niou interessa-se por ela e ela dividida entre dois amores (acabando por fazer amor com Niou sem grandes alternativas, quando Kaoru nunca a obrigara a nada) atira-se ao rio. Ambos os amigos ficam desgostosos, mas descobre-se mais tarde que a jovem sobreviveu e fica a viver num mosteiro. Kaoru tenta que ela volte para ele mas ela recusa e assim termina a história.
A mulher que dá um filho a Genji (a jovem Akashi), tem como principal dote saber usar o Koto (uma espécie de guitarra) de forma exímia; o mesmo com sawflower. Murasaki não tem qualquer capacidade especial (por culpa de Genji que reconhece que falhou na sua educação) mas é bonita.
Quando chega a vez de escolher uma nova imperatriz, é feito um concurso de pintura, em que facções rivais se disputam (cada facção tem de num prazo limitado perante uma assembleia de pintar temas de livre escolha); a facção vencedora é a de Genji (contra Tono) e é a filha de Genji (a jovem Akashi) que é escolhida como nova imperatriz. Aliás, a avó materna da jovem Akashi é considerada um paradigma da sorte: mulher de um vice-governador sem importância, tornou-se monja juntamente com o marido numa zona longínqua, sem perspectivas para a filha, quando esta se torna concubina da pessoa mais poderosa do país, e eles acabam por tornar-se avós de uma imperatriz e bisavós de príncipes imperiais.
Outras amadas de Genji sabem bem escrever quer na forma (a caligrafia em si é uma arte para os japoneses), quer no conteúdo (as missivas nunca são feitas descrevendo algo directamente, mas sempre com recurso a poemas, que são extremamente crípticos para ocidentais).
A vida de Genji segue como sempre: festas, concursos de poesia, de caligrafia e pintura e um ocasional flirtanço. Até que o seu irmão o imperador retirado Suzuku que tem uma especial predilecção por uma das filhas (a terceira princesa) e decide arranjar-lhe um marido. O problema é quem? Como a sua mãe não era uma pessoa importante, não haveria ninguém na corte para apoia-la. Mesmo assim vários candidatos apresentam-se imediatamente, nomeadamente um dos filhos de Tono (Kashiwaga), mas Suzuku decide convencer o seu irmão a Genji a casar com ela. Genji sabe que isso irá desagradar a Murasaki (afinal uma princesa imperial tem sempre estatuto e poderia servir de rival) mas decide seguir em frente e casar com a sobrinha. Murasaki mantém as aparências e faz boa cara, mas as restantes esposas de Genji não são tão amáveis, pois devem muito a Murasaki e ignoram como será a nova esposa. Esta acaba por viver em semi-reclusão de algum modo infeliz. E é aí que entra em jogo Kashiwaga: este que acabara por casar com uma irmã da terceira princesa (a segunda princesa) como prémio de consolação, mas não a esquece e depois de várias artimanhas, consegue entrar no palácio de Genji e viola-a. Ela nada pode dizer, pois mesmo forçada ficará mal vista; ele sente remorsos (por ter enganado Genji, não pela violação), escreve-lhe e essa correspondência acaba por cair nas mãos de Genji (que fica espantado por os textos serem tão directos e comprometedores, coisa que ele nunca fazia). Embora desagradado, quer acima de tudo manter as aparências (o escândalo danificaria as suas relações com os Fujiwara e o Suzuku) e embora nasça uma criança, ele acaba por se ligar ao bebé. Ele acaba por encarar toda a situação com fatalidade, pois relembra-se do que sucedera anos antes com Fujitsubo.
A acção vai a partir daí passar de Genji para outras personagens (que entra na sombra e torna-se cada vez mais melancólico, sobretudo depois da morte de Murasaki): Kashiwaga, Yugiri e outros da geração seguinte, em diversos capítulos, até que Genji morre.
Kashiwaga morrera de depressão, e Yugiri que fora seu amigo (e acabar por descobrir a história do amigo), apoia a viúva do amigo; com o tempo apoia-a financeiramente, mas portando-se sempre de forma impecável, não levantando a mínima suspeita; um dia tenta violá-la, mas ela corre depressa e fecha-se num quarto. Ele não se demove e consegue que ela fique isolada de amigos sendo obrigada a viver como sua concubina (com a aprovação da família de Tono, que tem menos um encargo financeiro com que se preocupar).
Esta nova geração é nas aparências menos estouvada do que a precedente, e sendo menos glamorosa, tem de recorrer a diversas artimanhas para conseguir conquistaras as mulheres, mas são também personagens mais realistas e menos idealizadas.
Passam diversos anos e seguem-se as aventuras do suposto filho de Genji (Kaoru) e o neto Niou (que é príncipe imperial). Estes são amigos e descobrem que um outro príncipe irmão de Genji vive retirado na pobreza (de acordo com os seus padrões) e como descobrem que são bonitas e tocam bem o koto, tentam convencer o príncipe a dar-lhes as filhas em casamento (partilhando-as entre si por acordo), mas ele morre sem consentir.
Niou viola uma delas (casando mais tarde com ela) e a outra morre de depressão. Kaoru que fica desgostoso pela morte da jovem que lhe estava destinado e apaixona-se pela jovem que ficara com o seu amigo; como estabelecer relações com ela é complicado, acaba por descobrir uma terceira irmã (não reconhecida), que vive na província. Ele tenta casar com ela, leva-a para uma casa, mas Niou interessa-se por ela e ela dividida entre dois amores (acabando por fazer amor com Niou sem grandes alternativas, quando Kaoru nunca a obrigara a nada) atira-se ao rio. Ambos os amigos ficam desgostosos, mas descobre-se mais tarde que a jovem sobreviveu e fica a viver num mosteiro. Kaoru tenta que ela volte para ele mas ela recusa e assim termina a história.
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