terça-feira, fevereiro 22, 2005
Blitzkrieg-VI.a
Sim, não há dúvida de que grande parte do mérito de El Alamein deveu-se a Alexander. Foi ele que lançou constantemente pequenos ataques onde estavam os italianos e nos pontos fracos que detectava, obrigando os alemães a deslocar-se de um lado para o outro, gastando-lhes combustivel, munições e horas de sono que lhes fariam falta mais tarde...
Blitzkrieg - VI
Antes de mais nada, um grande abraço de boas-vindas ao Jorge. Já era tempo!
Tenho lido com muto interesse os posts sobre a blitzkrieg, que têm sido particularmente úteis para desmistificar algumas fantasias que se criaram ao longo dos anos sobre Wehrmacht as forças que se lhe opuseram nos primeiros anos da guerra.
Parece-me que o autor que tem sido aqui abordado peca um pouco por excesso no seu revisionismo, mas enfim, não se pode ter tudo...
Creio, no entanto, que a análise da campanha no norte de África é bastante judiciosa. O problema nesse teatro de operações foi sempre eminentemente logístico - mais ainda do que nos outros.
Rommel manteve-se na ofensiva durante bastante tempo e conseguiu grandes triunfos tácticos. Houve, contudo, uma realidade estratégica que nunca conseguiu iludir. No Mediterrâneo, os britânicos controlavam o ar (assim-assim) e o mar (claramente). Aliada ao facto de que Hitler nunca quis, ou pôde, dar a Rommel os recursos que este necessitava, esta situação significava que o Afrikakorps estava em défice permanente de tudo - alimentos, peças sobressalentes, tanques, aviões e, acima de tudo, combustíveis.
No fundo, o Afrikakorps era como um cão muito feroz, que mordia toda a gente que estivesse por perto, mas que nunca conseguia matar a presa porque estava preso a uma trela. Sempre que se aproximava do "pescoço" do inimigo, a "trela" (falta de abastecimentos) puxava-o para trás.
Assim, apesar de britânicos e norte-americanos terem sido batidos inúmeras vezes por Rommel, eles tiveram sempre a oportunidade de se reagruparem e recuperar. O Afrikakorps esteve uma ou duas vezes às portas do Egipto, mas nunca teve as forças necessárias para as deitar abaixo.
O mérito de Montgomery foi essencialmente reconhecer esta situação e agir em conformidade. Alargou a base logística do VIII Exército e venceu o adversário por esgotamento. Esta estratégia, aliás, era-lhe natural: ao contrário do que a sua pose exuberante poderia fazer crer, Montgomery era um comandante da velha guarda do exército britânico - cauteloso a 100%, nada dado a grandes aventuras ofensivas.
Para a História, ele será sempre o vencedor de El Alamein; já os mais conhecedores sabem que ele era um general bem menos brilhante do que, por exemplo, o seu antecessor, Alexander. Basta ver o seu desempenho nas campanhas da França e da Alemanha, em 1944-45, para perceber isso. Eisenhower, que não era propriamente o mais aventureiro dos generais, desesperava com a lentidão de Monty. E quanto a Patton, então nem é bom falar...
Tenho lido com muto interesse os posts sobre a blitzkrieg, que têm sido particularmente úteis para desmistificar algumas fantasias que se criaram ao longo dos anos sobre Wehrmacht as forças que se lhe opuseram nos primeiros anos da guerra.
Parece-me que o autor que tem sido aqui abordado peca um pouco por excesso no seu revisionismo, mas enfim, não se pode ter tudo...
Creio, no entanto, que a análise da campanha no norte de África é bastante judiciosa. O problema nesse teatro de operações foi sempre eminentemente logístico - mais ainda do que nos outros.
Rommel manteve-se na ofensiva durante bastante tempo e conseguiu grandes triunfos tácticos. Houve, contudo, uma realidade estratégica que nunca conseguiu iludir. No Mediterrâneo, os britânicos controlavam o ar (assim-assim) e o mar (claramente). Aliada ao facto de que Hitler nunca quis, ou pôde, dar a Rommel os recursos que este necessitava, esta situação significava que o Afrikakorps estava em défice permanente de tudo - alimentos, peças sobressalentes, tanques, aviões e, acima de tudo, combustíveis.
No fundo, o Afrikakorps era como um cão muito feroz, que mordia toda a gente que estivesse por perto, mas que nunca conseguia matar a presa porque estava preso a uma trela. Sempre que se aproximava do "pescoço" do inimigo, a "trela" (falta de abastecimentos) puxava-o para trás.
Assim, apesar de britânicos e norte-americanos terem sido batidos inúmeras vezes por Rommel, eles tiveram sempre a oportunidade de se reagruparem e recuperar. O Afrikakorps esteve uma ou duas vezes às portas do Egipto, mas nunca teve as forças necessárias para as deitar abaixo.
O mérito de Montgomery foi essencialmente reconhecer esta situação e agir em conformidade. Alargou a base logística do VIII Exército e venceu o adversário por esgotamento. Esta estratégia, aliás, era-lhe natural: ao contrário do que a sua pose exuberante poderia fazer crer, Montgomery era um comandante da velha guarda do exército britânico - cauteloso a 100%, nada dado a grandes aventuras ofensivas.
Para a História, ele será sempre o vencedor de El Alamein; já os mais conhecedores sabem que ele era um general bem menos brilhante do que, por exemplo, o seu antecessor, Alexander. Basta ver o seu desempenho nas campanhas da França e da Alemanha, em 1944-45, para perceber isso. Eisenhower, que não era propriamente o mais aventureiro dos generais, desesperava com a lentidão de Monty. E quanto a Patton, então nem é bom falar...
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
Blitzkrieg-V
A opinião do autor é bastante curiosa sobre a campanha do norte de africa. Considera que Rommel tornou-se uma lenda só porque usou as tácticas que eram consideradas um paradigma na época, foi beneficiado pela propaganda alemã que necessitava de um herói e que no fim de contas perdeu, mas reconhece que devido à inferioridade numérica que possuía e o muito menor número de tropas que possuía sofrendo menos baixas, era melhor táctico do que os seus adversários.
Quanto a Montegomery, elogia-o, porque considera que utilizou o exército que tinha da forma mais adequada com as suas capacidades: guerra de atricção, não tentou fazer grandes ofensivas como os alemães, dado que o seu exército não tinha capacidade de o fazer (o erro apontado aos seus antecessores, e que sofreram com isso, dado o exército alemão ter um muito melhor treino e iniciativa). Limitou-se também a atacar quando tivesse assegurado a absoluta superioridade numérica que lhe garantisse a vitória independentemente das circunstâncias, ignorando os apelos de Churchill. Assim, o VIII exército agarrou o afrika corps ao terreno e desgastando-o, tirou-lhe a iniciativa. Melhor, depois de El Alamain, não correu o risco de lançar ofensivas precipitadas (como tinha sucedido em 1942) e limitou-se a seguir no encalço do afrika corps, até chegar à Tunísia, dado que o tempo jogava a seu favor. A vitória do bom senso sobre o génio.
Quanto a Montegomery, elogia-o, porque considera que utilizou o exército que tinha da forma mais adequada com as suas capacidades: guerra de atricção, não tentou fazer grandes ofensivas como os alemães, dado que o seu exército não tinha capacidade de o fazer (o erro apontado aos seus antecessores, e que sofreram com isso, dado o exército alemão ter um muito melhor treino e iniciativa). Limitou-se também a atacar quando tivesse assegurado a absoluta superioridade numérica que lhe garantisse a vitória independentemente das circunstâncias, ignorando os apelos de Churchill. Assim, o VIII exército agarrou o afrika corps ao terreno e desgastando-o, tirou-lhe a iniciativa. Melhor, depois de El Alamain, não correu o risco de lançar ofensivas precipitadas (como tinha sucedido em 1942) e limitou-se a seguir no encalço do afrika corps, até chegar à Tunísia, dado que o tempo jogava a seu favor. A vitória do bom senso sobre o génio.
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
Recordações
Bem, gostaria em primeiro lugar dar as boas vindas ao Jorge; embora sempre tivesse feito parte do grupo do Tempore, é a primeira vez que escreve. Espero que o continue a fazer.
O meu post de hoje vai fugir bastante ao normal, dado que vai ser sobre recordações pessoais; a origem da reflexão foi a morte da irmã Lúcia a última vidente de Fátima (mesmo que não vá falar dela, acho que acaba por estar relacionado).
Conheci duas “videntes” (utilizo esse nome à falta de melhor). Uma delas era minha vizinha. Quando era pequeno, não percebia o que se passava, só que imensos carros lá paravam. Vi a casa crescer muito no sentido literal do termo, aumentando anexos e andares. Brincava muito com os seus filhos (só com os 3 mais velhos, os 2 mais novos eram muito crianças). De qualquer modo não simpatizava muito com a senhora, achando-a muito arrogante (os filhos e o marido eram completamente diferentes dela). Ela bem tentou que os filhos estudassem mas eles não quiseram (de facto ter dinheiro não basta, teria sido necessária toda uma educação em casa e o estímulo da leitura). Apesar irem para lá pessoas relevantes a nível social e com estudos (pelo menos para nós), como as vizinhas diziam, “ela dava-lhes a volta”.
A 2ª “vidente” que conheci era muito diferente. Era a avó de uma amiga minha, uma senhora portanto idosa. Era bastante humilde, analfabeta, e simpática (o que se espera de uma avó). Mas tinha uma excelente capacidade de análise, e quando estávamos a brincar, ela falava connosco, perguntava-nos coisas, completava o que dizíamos. Não aceitava dinheiro dos seus clientes (quanto muito poderia receber prendas de coisas inúteis), por isso continuou a ser uma pessoa pobre. Ela achava que tinha um dom que não era dela e portanto nada devia cobrar. Acho que a minha vizinha teria sido uma boa advogada, e a avó da minha amiga uma excelente psicóloga, dados os seus talentos naturais. Mas como tiveram a tragédia de nascer em Portugal, ficaram condenadas a ser mulheres incultas usando as suas capacidades como bruxas de aldeia, desprezadas pela vizinhança, pelas igrejas locais e por todas as pessoas mais instruidas que as viam como focos de superstição.
O meu post de hoje vai fugir bastante ao normal, dado que vai ser sobre recordações pessoais; a origem da reflexão foi a morte da irmã Lúcia a última vidente de Fátima (mesmo que não vá falar dela, acho que acaba por estar relacionado).
Conheci duas “videntes” (utilizo esse nome à falta de melhor). Uma delas era minha vizinha. Quando era pequeno, não percebia o que se passava, só que imensos carros lá paravam. Vi a casa crescer muito no sentido literal do termo, aumentando anexos e andares. Brincava muito com os seus filhos (só com os 3 mais velhos, os 2 mais novos eram muito crianças). De qualquer modo não simpatizava muito com a senhora, achando-a muito arrogante (os filhos e o marido eram completamente diferentes dela). Ela bem tentou que os filhos estudassem mas eles não quiseram (de facto ter dinheiro não basta, teria sido necessária toda uma educação em casa e o estímulo da leitura). Apesar irem para lá pessoas relevantes a nível social e com estudos (pelo menos para nós), como as vizinhas diziam, “ela dava-lhes a volta”.
A 2ª “vidente” que conheci era muito diferente. Era a avó de uma amiga minha, uma senhora portanto idosa. Era bastante humilde, analfabeta, e simpática (o que se espera de uma avó). Mas tinha uma excelente capacidade de análise, e quando estávamos a brincar, ela falava connosco, perguntava-nos coisas, completava o que dizíamos. Não aceitava dinheiro dos seus clientes (quanto muito poderia receber prendas de coisas inúteis), por isso continuou a ser uma pessoa pobre. Ela achava que tinha um dom que não era dela e portanto nada devia cobrar. Acho que a minha vizinha teria sido uma boa advogada, e a avó da minha amiga uma excelente psicóloga, dados os seus talentos naturais. Mas como tiveram a tragédia de nascer em Portugal, ficaram condenadas a ser mulheres incultas usando as suas capacidades como bruxas de aldeia, desprezadas pela vizinhança, pelas igrejas locais e por todas as pessoas mais instruidas que as viam como focos de superstição.
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
Amor em tempos de guerra
Tendo em conta o dia que se celebra hoje, e sem grande considerandos sobre o seu bom gosto, relevância ou origens, vou deixar esta pequena história:
Montaigne relata num dos seus ensaios um episódio supostamente verídico. Um aristocrata general, depois de ter vencido e ocupado uma cidade, resolveu dar mostras da sua galantaria, permitindo que as mulheres pudessem partir em liberdade com os filhos e ainda levando qualquer objecto que lhes pertencesse e que fossem capazes de carregar às costas.
De imediato, quase todas as mulheres em causa se dirigiram aos seus maridos e namorados aprisionados e começaram a levá-los às cavalitas.
Enternecido com o gesto, não só o general lhes permitiu a ousadia, como ainda decidiu não incendiar e arrasar a cidade.
Montaigne relata num dos seus ensaios um episódio supostamente verídico. Um aristocrata general, depois de ter vencido e ocupado uma cidade, resolveu dar mostras da sua galantaria, permitindo que as mulheres pudessem partir em liberdade com os filhos e ainda levando qualquer objecto que lhes pertencesse e que fossem capazes de carregar às costas.
De imediato, quase todas as mulheres em causa se dirigiram aos seus maridos e namorados aprisionados e começaram a levá-los às cavalitas.
Enternecido com o gesto, não só o general lhes permitiu a ousadia, como ainda decidiu não incendiar e arrasar a cidade.
Blitzkrieg-IV
Não há como uma boa gripe para nos prender à cama e obrigar a ler. Infelizmente nenhum dos livros era de história, portanto vou ter de continuar com os assuntos que estava a desenvolver.
O exército da Holanda é apresentado sob cores muito favoráveis; embora tivessem poucos tanques e aviões, tinham muita anti-aérea e canhões anti-tanques. Também tinham outra arma eficaz: a destruição dos diques que permitia inundar parte do país. Sendo invadidos pelos alemães, estes tentaram ocupar as pontes com paraquedistas que teriam de aguentar até à chegada de reforços. Bem, a situação correu até bem para os holandeses: de pouco mais de uma centena de aviões tinham perdido 80% em 2 dias, mas os alemães perderam cerca de 330 aviões sendo a maioria os transportadores aéreos e bombardeiros (280), o que significa que perderam ainda dezenas de caças modernos. O famoso bombardeamento de Roterdão foi feito por engano: tinha-se decidido adiar o ataque mas alguém ignorou a ordem e a vaga foi lançada. Os paraquedistas e unidades de assalto tiveram um sucesso muito mitigado contra as tropas recrutas holandesas: só a rendição do exército holandês (que na maioria nem combateu e ficou espantado com a ordem), deu livre acesso aos alemães.
Com a Bélgica as coisas foram ainda mais estranhas: possuía um pequeno exército que se preparara durante uns anos para a eventualidade de um conflito, mesmo com os seus políticos a tentarem evitar a situação a todo o custo. Tinham anti-aéreas, canhões anti-tanques, e muita, muita infantaria. Resistiram enquanto puderam.
Quanto ao exército francês, este sofreu imensas calúnias, que o autor tenta clarificar (mesmo não escondendo os defeitos). Uma delas, é a de que não existia aviação francesa de jeito, composta por aviões velhos que foram destruídos no solo pelos alemães. Ora, o autor diz que existiam aviões bons e maus. Mas o que salienta mais é a inexistência de D.C.A. e que isso fez toda a diferença (ele apresenta 1 exemplo de 2 baterias alemães que destruíram 540 aviões aliados que tentaram destruir uma ponte que os alemães usavam e que ainda por cima se manteve intacta). Ora, enquanto os alemães tinham o famoso stuka, os aliados nada tinham de comparável em termos de pontaria, o que significou que os contra-ataques aliados eram esmagados. Os aliados sacrificaram a sua aviação em Sedam, e passado uns dias, foram obrigados a retirar o que restava dos seus aviões. Os alemães também optaram por ter os seus aviões perto das linhas da frente o que lhes permitia fazer imensas surtidas por dia o que lhes dava uma vantagem numérica mesmo tendo um número inferior de aviões; os aliados para manter a sua aviação segura, tinham-na em aeroportos longe, o que reduzia o número de ataques que podiam efectuar. Em 2 batalhas de tanques vemos curiosamente a vitória inclinar-se para o lado aliado, com menos número de perdas. Os alemães atacavam sempre com tudo independentemente das perdas. Então, apesar das coisas terem corrido mal em Sedam, como é que a França perdeu? Bem, depois da ruptura de Sedam (que era uma derrota, mas não o fim), o primeiro-ministro Reynoud contagiado pelo comandante francês (Gamelin) telefonou a Churchill a dizer que a França estava derrotada. Churchill ainda o tentou animar mas mandou as tropas se prepararem para uma retirada pelo sim ou pelo não... O comandante das tropas inglesas cujas tropas ainda pouco tinham combatido, em vez de as mandar contra-atacar em Sedam mandou retirar tudo. Os Belgas ficaram isolados e tiveram de se render e de repente, todo o norte da França ficava descoberto; toda a gente sabia que a França estava condenada excepto os soldados e oficiais no terreno que continuavam a combater (parece que mesmo Hitler não sabia da queda eminente da França já que se estava preparado para mais uns meses de guerra). Entretanto a linha Maginot resistia sem problemas aos ataques alemães. O novo comandante francês (Weygand), ordenou a resistência no terreno, organizando contra-ataques, e conseguiu manter a defesa até Junho, quando o governo assinou a capitulação.
Basicamente, o autor culpa Churchill por ter dado ouvidos ao governo francês, quando já sabia que por experiência estes eram sempre derrotistas, prontos a assinar uma capitulação à primeira oportunidade; a Inglaterra deveria ter mantido uma posição firme o que teria permitido sustentar a frente (como sucedeu na 1ª guerra).
O exército da Holanda é apresentado sob cores muito favoráveis; embora tivessem poucos tanques e aviões, tinham muita anti-aérea e canhões anti-tanques. Também tinham outra arma eficaz: a destruição dos diques que permitia inundar parte do país. Sendo invadidos pelos alemães, estes tentaram ocupar as pontes com paraquedistas que teriam de aguentar até à chegada de reforços. Bem, a situação correu até bem para os holandeses: de pouco mais de uma centena de aviões tinham perdido 80% em 2 dias, mas os alemães perderam cerca de 330 aviões sendo a maioria os transportadores aéreos e bombardeiros (280), o que significa que perderam ainda dezenas de caças modernos. O famoso bombardeamento de Roterdão foi feito por engano: tinha-se decidido adiar o ataque mas alguém ignorou a ordem e a vaga foi lançada. Os paraquedistas e unidades de assalto tiveram um sucesso muito mitigado contra as tropas recrutas holandesas: só a rendição do exército holandês (que na maioria nem combateu e ficou espantado com a ordem), deu livre acesso aos alemães.
Com a Bélgica as coisas foram ainda mais estranhas: possuía um pequeno exército que se preparara durante uns anos para a eventualidade de um conflito, mesmo com os seus políticos a tentarem evitar a situação a todo o custo. Tinham anti-aéreas, canhões anti-tanques, e muita, muita infantaria. Resistiram enquanto puderam.
Quanto ao exército francês, este sofreu imensas calúnias, que o autor tenta clarificar (mesmo não escondendo os defeitos). Uma delas, é a de que não existia aviação francesa de jeito, composta por aviões velhos que foram destruídos no solo pelos alemães. Ora, o autor diz que existiam aviões bons e maus. Mas o que salienta mais é a inexistência de D.C.A. e que isso fez toda a diferença (ele apresenta 1 exemplo de 2 baterias alemães que destruíram 540 aviões aliados que tentaram destruir uma ponte que os alemães usavam e que ainda por cima se manteve intacta). Ora, enquanto os alemães tinham o famoso stuka, os aliados nada tinham de comparável em termos de pontaria, o que significou que os contra-ataques aliados eram esmagados. Os aliados sacrificaram a sua aviação em Sedam, e passado uns dias, foram obrigados a retirar o que restava dos seus aviões. Os alemães também optaram por ter os seus aviões perto das linhas da frente o que lhes permitia fazer imensas surtidas por dia o que lhes dava uma vantagem numérica mesmo tendo um número inferior de aviões; os aliados para manter a sua aviação segura, tinham-na em aeroportos longe, o que reduzia o número de ataques que podiam efectuar. Em 2 batalhas de tanques vemos curiosamente a vitória inclinar-se para o lado aliado, com menos número de perdas. Os alemães atacavam sempre com tudo independentemente das perdas. Então, apesar das coisas terem corrido mal em Sedam, como é que a França perdeu? Bem, depois da ruptura de Sedam (que era uma derrota, mas não o fim), o primeiro-ministro Reynoud contagiado pelo comandante francês (Gamelin) telefonou a Churchill a dizer que a França estava derrotada. Churchill ainda o tentou animar mas mandou as tropas se prepararem para uma retirada pelo sim ou pelo não... O comandante das tropas inglesas cujas tropas ainda pouco tinham combatido, em vez de as mandar contra-atacar em Sedam mandou retirar tudo. Os Belgas ficaram isolados e tiveram de se render e de repente, todo o norte da França ficava descoberto; toda a gente sabia que a França estava condenada excepto os soldados e oficiais no terreno que continuavam a combater (parece que mesmo Hitler não sabia da queda eminente da França já que se estava preparado para mais uns meses de guerra). Entretanto a linha Maginot resistia sem problemas aos ataques alemães. O novo comandante francês (Weygand), ordenou a resistência no terreno, organizando contra-ataques, e conseguiu manter a defesa até Junho, quando o governo assinou a capitulação.
Basicamente, o autor culpa Churchill por ter dado ouvidos ao governo francês, quando já sabia que por experiência estes eram sempre derrotistas, prontos a assinar uma capitulação à primeira oportunidade; a Inglaterra deveria ter mantido uma posição firme o que teria permitido sustentar a frente (como sucedeu na 1ª guerra).
Quando o bêbado salva a vila
Rothenburg (sobre o Tauber), uma vila do noroeste da Baviera, a 64 Km oeste de Nuremberga é conhecida por um acontecimento durante da Guerra dos Trinta Anos quando foi assediada e capurada pelo exército Católico comandado por Tilly (1631) - a localidade foi salva de ser saqueada quando um cidadão apostou que conseguia beber mais de 3 quarts (1 quart = 3 litros) de uma só vez. Esta ocasião é comemorada todos os anos entre Maio e Junho com uma festa.
http://www.meistertrunk.de/thissiteinenglish/thissiteinenglish.html
http://www.meistertrunk.de/thissiteinenglish/thissiteinenglish.html
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
Casamentos perigosos
Imaginem que são reis de um povo civilizado. Utilizam como mercenários um povo bárbaro que por acaso é extremamente eficiente em combate contra os seus adversários (embora eles estejam submetidos à nossa vontade). Para fortalecer os laços com essa tribo decidem casar a vossa filha com o chefe deles. Quando eles dizem que a vão tratar como uma deusa vocês pensam que:
A)Eles vão honra-la e trata-la com todo o respeito.
B)Tolera-la como mais uma mulher/concubina do chefe, mas pelo menos respeitam as aparências.
C) Esfola-la, confeccionar com a pele dela um “vestido”para o sumo-sacerdote usar em cerimónias e tingir o templo com o sangue dela.
Esta situação sucedeu na primeira metade do século XIV. O rei de Colhuacan (noroeste do México), descobriu (às custas da sua filha), que a tribo dos “mexicas” (que ficariam conhecidos como aztecas), tinham uma religião particularmente sanguinária; declarou-lhes guerra e expulsou-os. Depois de muitas peripécias começaria a sua lenta ascenção.
A)Eles vão honra-la e trata-la com todo o respeito.
B)Tolera-la como mais uma mulher/concubina do chefe, mas pelo menos respeitam as aparências.
C) Esfola-la, confeccionar com a pele dela um “vestido”para o sumo-sacerdote usar em cerimónias e tingir o templo com o sangue dela.
Esta situação sucedeu na primeira metade do século XIV. O rei de Colhuacan (noroeste do México), descobriu (às custas da sua filha), que a tribo dos “mexicas” (que ficariam conhecidos como aztecas), tinham uma religião particularmente sanguinária; declarou-lhes guerra e expulsou-os. Depois de muitas peripécias começaria a sua lenta ascenção.
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