segunda-feira, abril 23, 2007
Guns, germs and steel-III
Bem, no livro Guns, Germs and Steel, o autor foca nos capítulos seguintes a importância da distribuição geográfica de animais e plantas passíveis de serem facilmente domesticados: a zona do crescente fértil por estar numa zona central da eurásia (que é uma massa de terra enorme) estava em vantagem em relação a outras zonas de clima semelhante noutras zonas do globo, pois teria forçosamente maior diversidade e quantidade de plantas/animais (por exemplo, o milho que é das plantas mais conhecidas, demorou milhares de anos a conseguir crescer de forma a tornar-se aceitável para se tornar a planta principal de cultivo dos índios, que tiveram de cultivar outras coisas antes em regime semi-nómada; no crescente fértil, os primeiros agricultores tinham logo acesso a trigo, centeio e cevada que lhes dava elevado rendimento (quer em quantidade quer a nível nutricional) e permitiu dar o salto rápido. O mesmo se passava com os animais: o lama, o único animal de maior porte domesticável nos andes não se compara em força a um boi ou um cavalo o que impedia o trabalho de muitas das terras (e respectivo crescimento populacional); no crescente fértil também existia um grande número de animais disponíveis para servir de alimento (porco, vaca, galinha, vaca, ovelha) que fornecem um maior número de proteínas. Só esses factores garantiam que a zona do crescente fértil ( e civilizações por ela influenciadas) possuía uma vantagem de milhares de anos no desenvolvimento civilizacional (o que quer dizer que os habitantes do Peru ou da Nova Guiné, poderiam ter chegado ao nível das civilizações do ocidente ou algo equivalente, desde que lhes dessem mais alguns milhares de anos suplementares). E o autor recusa que os habitantes da eurásia fossem culturalmente mais disponíveis à mudança que os de outras zonas: os índios usaram imediatamente o cavalo assim que puderam, os africanos sub-saharianos o gado bovino quando puderam: se eles não domesticaram nenhuma espécie indígena, foi porque nem todas espécies de animais em estado selvagem podem ser domesticados como espécie (uma coisa é transformar uma hiena individual em bicho de estimação, outra é tentar transformá-lo num substituto do cão, coisa que não resulta).
quarta-feira, abril 04, 2007
Como destruír os amigos e ajudar os inimigos
Quando os franceses se estabeleceram na américa do norte, eles utilizaram métodos muito diferentes dos espanhois. Eles decidiram que os indios iriam ser integrados como franceses, não devendo demorar muito tempo, dado que consideravam que os indígenas iriam receber de braços abertos uma civilização tão superior; como o objectivo era assimilá-los, não fazia sentido, conquistar/confiscar as terras. Mas as coisas não correram como previsto...
Em meados do séc. XVII os franceses escolheram determinadas tribos como parceiros privilegiados para o comércio (sobretudo os hurons), e enviaram grupos de Jesuitas para os converter. Mas rapidamente entraram em conflito com os xamãs locais; os Jesuitas pretendiam que os novos convertidos deixassem as tribos e vivessem como os brancos (deixando em participar em todas as cerimónias vistas como pagãs, mas que serviam para solidificar os laços tribais); isso irritou os chefes locais; a política de casamentos entre franceses e índias não deu grandes frutos, dado que as índias só se casavam quando o marido estava em condições de as sustentar pela caça, e os franceses dedicavam-se ao comércio o que os tornava dependentes dos índios para o fornecimento de víveres. Quando se começaram a propagar diversas doenças, a que acrescido das divisões entre assimilados e não assimilados, os iroqueses (inimigos de hurons e franceses) aproveitaram para atacar, não podendo os franceses que eram em escasso número ajudar os seus aliados que foram destroçados. Na segunda metade do séc. XVII, os franceses repetiram a mesma política de ajuda a outra tribo, a dos Ilinois, com o mesmo resultado. Os franceses decidiram então mudar de táctica, e passaram a usar as suas forças em pequenos grupos de guerrilha que atacavam de surpresa os iroqueses até que estes foram obrigados a pedir paz e estabeleceram-se novas relações.
Em meados do séc. XVII os franceses escolheram determinadas tribos como parceiros privilegiados para o comércio (sobretudo os hurons), e enviaram grupos de Jesuitas para os converter. Mas rapidamente entraram em conflito com os xamãs locais; os Jesuitas pretendiam que os novos convertidos deixassem as tribos e vivessem como os brancos (deixando em participar em todas as cerimónias vistas como pagãs, mas que serviam para solidificar os laços tribais); isso irritou os chefes locais; a política de casamentos entre franceses e índias não deu grandes frutos, dado que as índias só se casavam quando o marido estava em condições de as sustentar pela caça, e os franceses dedicavam-se ao comércio o que os tornava dependentes dos índios para o fornecimento de víveres. Quando se começaram a propagar diversas doenças, a que acrescido das divisões entre assimilados e não assimilados, os iroqueses (inimigos de hurons e franceses) aproveitaram para atacar, não podendo os franceses que eram em escasso número ajudar os seus aliados que foram destroçados. Na segunda metade do séc. XVII, os franceses repetiram a mesma política de ajuda a outra tribo, a dos Ilinois, com o mesmo resultado. Os franceses decidiram então mudar de táctica, e passaram a usar as suas forças em pequenos grupos de guerrilha que atacavam de surpresa os iroqueses até que estes foram obrigados a pedir paz e estabeleceram-se novas relações.
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