terça-feira, setembro 07, 2004

Akhenaton-I

Recentemente ofereceram-me em CD a ópera “Akhnaten” de Philip Glass; parece-me um bom pretexto para fazer um post.
Amenófis IV pertencia aquilo que se considera a XVIII dinastia (um sistema bastante artificial mas prático de divisão). Essa dinastia levara o Egipto ao zénite do seu poder depois da dominação dos Hicsos (um povo vindo da Ásia). Boa parte do médio oriente estava sob a sua influência, estabelecendo pequenos reis que enviavam tributos e forneciam tropas; para sul, o Sudão era explorado nas riquezas (ouro, lápis-lazuli); também eram efectuadas trocas comerciais com toda a bacia do mediterrâneo. Enfim, foi uma excelente época para o país do Nilo. As velhas divindades continuavam a ser honradas, embora se destacasse Ámon e sobretudo o seu clero na riqueza.
Quando o novo faraó (Amenófis IV) subiu ao trono, decidiu alterar a tradição: de ora em diante, só se adoraria uma divindade, Aton (o termo significara até então o disco solar físico- o sol- por oposição à divindade que era Ámon); mudou o seu nome para Akhenaton (o servidor de Aton), considerando que as restantes divindades eram falsas, e proibindo o seu culto (estabelecendo-se assim a primeira religião monoteísta, pelo menos aparentemente). Akhenaton seria o seu profeta e divulgador na terra, não se considerando uma divindade (os faraós até então tinham sido considerados deuses, mesmo que menores em relação a outros do panteão).

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